Atualmente, encontramos diversas alternativas para investir e maneiras de escolher os ativos ideais. Uma das mais importantes é a análise da capitalização que divide as ações em micro caps, small caps, mid caps e blue chips. Você já ouviu falar nisso?
Resumidamente, a capitalização é uma equação (valor unitário da ação x quantidade de ações no mercado). Funciona assim:
- micro caps — até 50 milhões de dólares;
- small caps —de 50 milhões a 300 milhões de dólares;
- mid caps — de 300 milhões a 10 bilhões de dólares;
- blue chips ou large caps — 10 bilhões ou mais de dólares.
Neste conteúdo, abordaremos as mid caps. Para conhecer as características dessas ações e saber se vale a pena investir, continue a leitura!
O que são as mid caps?
As mid caps são empresas com capitalização intermediária na bolsa de valores, normalmente consideradas aquelas entre 300 milhões e 10 bilhões de dólares. Portanto, podem ser uma boa alternativa de investimentos, imaginando o crescimento dessas organizações.
Na bolsa de valores, muitas dessas ações contam com excelente liquidez. Igualmente, podem envolver marcas conhecidas da maioria das pessoas, como Embraer e Natura. Contudo, também existem muitas outras que podem não ser tão comuns no radar do público geral, como Marfrig e Cyrela.
Além disso, a classificação não acompanha o porte da empresa. No Brasil, as empresas de médio porte teriam entre R$ 1,2 milhão e R$ 12 milhões de receita bruta anual, em regra. Logo, mesmo grandes empresas podem ser consideradas mid caps.
Quais são as principais características?
As ações mid caps não costumam ser tão citadas como as blues chips e small caps, mas isso não as torna menos interessantes. Os papéis contam com características que podem ser adequadas a diversas estratégias de investimento.
Opções fora do IBOVESPA
Embora as mais conhecidas integrem o índice, temos muitas mid caps fora do Ibovespa. Assim, caso a sua estratégia passe por fugir do desempenho das principais ações da bolsa de valores, as ações intermediárias podem ser um material valioso.
Diversidade de empresas
As ações mid caps também são bastante diversificadas entre si. O motivo que leva uma empresa a estar no patamar intermediário pode variar significativamente, o que precisa ser considerado na sua estratégia de investimentos.
Imagine, por exemplo, que a empresa “A” atua apenas no estado de São Paulo e participa de um grande segmento de mercado; a empresa “B” tem estabelecimentos espalhados por todo o Brasil, mas atua em um segmento pequeno; e a empresa “C” está em recuperação judicial. Todas elas podem estar no patamar de mid caps, mas as perspectivas e riscos envolvidos são bem diferentes, não é mesmo?
Liquidez
As mid caps não costumam ter problemas de liquidez, sendo ações com um bom volume de negociações. Nesse sentido, na maioria dos casos, podem ser utilizadas no day trading e não haverá grandes dificuldades para realizar o lucro pela rentabilidade das ações.
Mercado pouco explorado
Por fim, com exceção das marcas mais famosas, as mid caps podem não ser tão conhecidas e um investidor iniciante pode ter dificuldades para encontrar informações sobre as opções disponíveis. Com isso, existe um risco maior do que as blue chips, por exemplo.
Quando é um momento interessante para investir nesse tipo de ação?
As mid caps mais procuradas são aquelas que passam por um processo de expansão e crescimento de mercado. Afinal de contas, embora sempre exista o risco, um plano de negócios consiste poder representar a valorização dos papéis no médio e longo prazo.
Um exemplo recente é o Magazine Luíza. Após o processo de transformação digital da empresa, as ações subiram 1000% em 8 anos de bolsa de valores. O que, embora seja um caso raro, mostra a lógica de identificar negócios com grande potencial de crescimento e assumir riscos, ao investir em mid caps.
Logicamente, tudo depende da sua estratégia e perfil de investidor. Uma pessoa que operasse vendendo — ganhando com a queda das ações — provavelmente estaria mais interessado nas ações da Embraer, que caíram 55,5% no ano de 2020.
Nesse sentido, o momento de investir em mid caps depende bastante das condições econômicas e de pesquisar bastante sobre a empresa escolhida.
Quais são as principais diferenças relacionadas às categorias de ações?
Embora existam exceções, podemos dizer que a diferença entre as categorias de ações é principalmente a volatilidade, margem de crescimento e oscilações.
Micro caps
As micro caps costumam ser bastante imprevisíveis pelo alto risco e potencial de valorização. Muitas vezes, são escolhidas pela possibilidade de o negócio explodir ou pela margem de crescimento envolvida, embora sejam as apostas com maior imprevisibilidade.
Small caps
As small caps também costumam ser empresas estreantes e com potencial de valorização, mas são um menos voláteis que as micro caps. Frequentemente, podemos encontrar empresas tradicionais na economia real, contudo, limitadas por atuar em um segmento específico.
Mid caps
As mid caps, como já dito, são as empresas intermediárias. Na prática, muitas empresas são empresas com planos de expansão interessantes, que podem ser considerados ao fazer um investimento, embora envolvam riscos.
Blue chips
Por fim, as blue chips são as organizações mais estáveis, em regra. Muito disso ocorre pela diversificação dos negócios, uma vez que a categoria traz empresas com inúmeras operações debaixo de um mesmo guarda-chuvas. Além disso, contam com mais recursos para enfrentar crises.
Como escolher as melhores ações para investir?
A escolha das melhores ações depende, em primeiro lugar, do seu perfil de investimento e objetivos: renda fixa, renda variável, proteção do patrimônio, ganhar dinheiro com a valorização dos ativos etc. Via de regra, quanto mais mid caps na sua carteira, maior serão os riscos e margem de crescimento, em comparação com os blues chips.
Aliás, pode ser uma boa maneira de diversificar os investimentos e tentar ganhar mais dinheiro no mercado de ações. Por exemplo, se você tem uma carteira mais conservadora e quer aumentar o potencial de ganho, pode ampliar a quantidade de mid caps escolhidas.
Essas ações também exigem uma boa pesquisa sobre as perspectivas para a empresa e tendências da economia, para quem vai permanecer posicionado. Afinal, muitas delas não são líderes no próprio segmento e buscam expandir os negócios. Logo, assumem riscos nesse processo.
Os exemplos de mid caps são bastante variados:
- MRV — empresa de construção civil;
- Raia Drogasil — rede de farmácias e drogarias;
- Cyrela — incorporadora e construtora de imóveis residenciais;
- Energisa — prestadora de serviços de energia elétrica;
- HAPVIDA — rede de plano de saúde;
- WEG — fabricante de motores elétricos.
Uma forma interessante de começar a investir e conhecer mid caps é buscar fundos de investimento em ações ou acompanhar o índice MLCX da B3. Esse segundo é um índice baseado no desempenho de blue chips e mid caps selecionadas pela B3, abrangendo ativos de empresas com valor de mercado alto e grande volume de negociações.
Com isso, você pode entender mais sobre o comportamento das ações mid caps, tendo como base sua experiência, verificando se elas estão adequadas ao seu perfil de investidor e buscando mais ativos dessa categoria, se for caso.
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