O Banco Central decidiu na última quarta-feira (3) elevar a Selic em 0,5 ponto percentual, de 13,25% para 13,75% ao ano, confirmando as expectativas do mercado. No entanto, como ficam as aplicações atreladas à essa taxa agora? E o mais importante: quanto você lucraria se você investisse aproveitando essa cotação?
Quanto você lucraria com a nova Selic?
A CM Capital fez simulações de quanto você possivelmente iria ganhar aplicando R$ 1 mil, R$ 50 mil ou R$ 100 mil em um investimento pré-fixado com a Selic a 13,75%.
Lembrando que estes são valores aproximados feitos com base em simulações. O ideal é você conversar com o seu assessor de investimentos para juntos entenderem qual a melhor estratégia e título para você aproveitar a alta da Selic. Ficou interessado? Entre em contato com nosso atendimento.
O contexto também é importante
É preciso considerar também o que o Banco Central deixou pistas em seu comunicado sobre as próximas reuniões do Copom, já que isso vai impactar diretamente os seus investimentos atrelados à Selic.
No comunicado, o BC surpreendeu em alguns pontos: Embora a instituição reconheça as medidas subjacentes da inflação (aquelas que realmente importam para a condução da política monetária) não circulem em patamares desejados e que os impactos deflacionários fiquem restritos ao curto prazo, opta por considerar a expectativa inflacionaria de 2024 como parâmetro para avaliar a ancoragem das expectativas. Esse artificio pode ser lido como um motivo encontrado pela instituição para sinalizar mais enfaticamente o final do ciclo de aperto monetário na reunião subsequente.
Para o time de economia da CM Capital, o comunicado pode ser lido como marginalmente dovish. É possível que tenhamos mais um reajuste de 25 pontos, mas é pouco provável que aconteça algo suficientemente forte para levar essa taxa de juros para cima dos 14% ao ano neste ciclo.
Uma coisa é certa: o comunicado, embora seja pouco dovish para o mercado, é muito hawkish em relação às expectativas do próprio COPOM. Isso porque trouxe um novo reajuste no teto da sinalização feita no comunicado anterior e ainda manteve a porta aberta para mais um reajuste, embora de magnitude menor. A instituição não consegue encerrar o ciclo mais uma vez.
E como ficam os meus investimentos?
Diversos investimentos em renda fixa se tornam mais interessantes, e também pagam mais ao investidor, após mais uma alta consecutiva realizada pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
Para Ariane Benedito, economista e estrategista do Research de Varejo, os investimentos pós-fixados (variam de acordo com o indicador) continuam entre os mais interessantes para este momento. “Como ainda há espaço para um novo aumento na taxa de juros, os títulos pós-fixados de curto prazo são uma sugestão para quem ainda não comprou. Mas, para quem já está posicionado em uma taxa 13,25%, ou seja, que comprou antes do aumento, a sugestão é manter o título até o vencimento”, diz.
Mas, por que um pós? Na prática, se a inflação continuar subindo, o Banco Central pode voltar a elevar a taxa de juros e até mantê-la nesse patamar por mais tempo, o que leva os investimentos pós-fixados a acompanharem esse ritmo.
Segundo a última projeção do boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, a Selic deve ficar estacionada em 13,75% até o fim do ano, no entanto, economistas da CM Capital projetam que os juros podem atingir o patamar de 14,25% ainda em 2022.
“Nesse momento, os pós são interessantes, não só porque a taxa está alta, mas também pela perspectiva de manutenção de uma Selic em patamar mais elevado, inclusive, por mais tempo”, pondera Ariane Benedito.
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Mas, e se não houver mais aumentos?
Já em um outro cenário, no qual o Banco Central decida não fazer novos ajustes na Selic, a taxa de juros deve ser por um período prolongado. Neste caso, há a abertura de espaço para os prefixados (taxa definida no momento da aquisição).
“Caso o Banco Central indique que o ciclo do aperto monetário possa chegar ao fim neste ano e que, possivelmente, nas próximas reuniões a Selic tende começar a cair, os títulos pré-fixados acabam sendo mais recomendados. Pois, o investidor aproveita para fixar sua rentabilidade antes que a taxa diminuía”, explica Benedito.
Você está perdendo dinheiro na poupança
Com a alta da Selic, a discrepância entre o quanto você ganha em uma aplicação e “perde”, ou deixa de ganhar, na poupança ficou ainda mais evidente. Isso porque, os juros que balizam a caderneta sofreram algumas alterações.
Agora funciona da seguinte forma: quando a Selic estiver menor ou igual a 8,5% ao ano, a poupança rende 70% da Selic mais a taxa referencial (TR). No entanto, se a taxa de juros ficar acima de 8,5% ao ano (como agora), a caderneta passa a ter um retorno fixo de 0,5% ao mês mais a TR (ou 6,17% ao ano). Essa foi uma saída encontrada pelo governo para que os títulos da dívida pública não deixassem de ficar atrativos.
“Atualmente, com a Selic rendendo mais que o dobro da poupança, a pessoa que deixa seu dinheiro nessa caderneta está deixando de ganhar um valor significativo. A poupança, hoje em dia, não está servindo para quase nada. Nós temos investimentos muito mais atrativos e com características semelhantes: segurança e liquidez diária (que é quando você tira seu dinheiro quando quiser)”, finaliza Benedito.