Metade do mês de setembro já passou e com ele muitos indicadores que trouxeram volatilidade para o mercado financeiro. No resumo da semana você fica sabendo tudo o que aconteceu entre os dias 12 e 16 de setembro. Confira!
Resumo da semana: o mercado na palma da sua mão
Segunda-feira
Brasil
A semana começou com dados usuais já esperados pelo mercado, como o Boletim Focus, IGP-M e IPC. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-Fipe), que mede a inflação na cidade de São Paulo referente a 1ª quadrissemana de setembro, apresentou inflação de 0,15% MoM, marginalmente acima do resultado imediatamente anterior (0,12% MoM).
Já o tradicional boletim Focus trouxe boas novas aos investidores. De acordo com o relatório, as projeções de inflação continuam em queda.
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Zona do Euro
Na Zona do Euro, a produção industrial da Itália referente ao mês de julho apresentou crescimento de 0,4%. Apesar do resultado positivo, houve queda no acumulado anual da produção industrial, que saiu de -1,1% para -1,4% entre junho e julho. Considerando o trimestre encerrado em julho, a produção industrial teve queda de 1,6% comparado ao resultado observado entre fevereiro e abril.
Reino Unido
Já o PIB do Reino Unido teve variação de 0,2% em julho, resultado marginalmente abaixo da expectativa de mercado, que previa uma expansão de 0,3%, embora tenha sido muito superior ao resultado imediatamente anterior, quando houve retração de 0,6%.
Terça-feira
Brasil
Pela manhã, no cenário nacional, foi divulgada a Pesquisa mensal de Serviços (PMS) com o volume mensal de serviços que cresceu 1,1% na passagem entre os meses de junho e julho, acumulando o terceiro resultado positivo seguido. Com esse resultado, o setor está 8,9% acima do patamar pré-pandemia e 1,8% abaixo do seu nível mais alto, que foi atingido em novembro de 2014.
Estados Unidos
Mas, o responsável por derrubar os mercados foi o índice de preços ao consumidor americano (CPI) que veio extremamente acima das expectativas e causou cerco caos no mercado. O indicador subiu 0,1% em agosto, frente a uma expectativa de -0,1%, na comparação de agosto com julho.
O núcleo do CPI, que exclui alimentos e energia (cujos preços são mais voláteis), subiu 0,6% na comparação mensal e 6,3% na anual, também acima do esperado.
Os principais impactos inflacionários no período vieram do grupo de alimentação e serviços, que apresentaram variação positiva de, respectivamente, 0,8% e 0,6%, tendo sido contrapostos pela deflação de 5% no grupo de energia, que apesar de significativo, não foi suficiente para impedir o crescimento do índice observado no mês. Após a divulgação do CPI, os mercados começaram a projetar uma alta de 75 p.p. a 1 p.p. na próxima reunião de política monetária do Federal Reserve, que acontece quarta-feira (21).
Investidores reagiram de forma extremamente negativa ao CPI dos Estados Unidos, enquanto isso, dólar americano e Treasuries disparavam em movimento altista, com o mercado apostando em um aperto monetário de maior magnitude no FOMC de quarta.
O desastre foi generalizado. A força do dólar americano pressionou o iene japonês, sensível a juros, para perto de uma baixa de 24 anos em 149,96 ienes. Wall Street teve sua pior liquidação desde junho de 2020, com os principais índices fechando da seguinte forma:
Todas as 30 ações do índice Dow Jones e todos os setores do S&P 500 terminaram a sessão em baixa. O Nasdaq caiu 5,6% e terminou seu pior dia desde fevereiro. Dow Jones caiu 3,94% em seu pior dia desde junho de 2020. O S&P 500 recuou 4,32%.
Alemanha
A confiança dos investidores alemães caiu mais do que o esperado em setembro, uma vez que as perspectivas para a maior economia da Europa diminuíram devido às preocupações com o fornecimento de energia, segundo o índice de sentimento econômico. O índice caiu para -61,9 pontos, de -55,3 pontos em agosto.
Já a taxa de inflação anual da Alemanha acelerou em agosto. O CPI alemão subiu 7,9% no ano medido pelos padrões nacionais. Em junho, o CPI subiu 7,5%. Já o desemprego no reino unido caiu para 3,6% nos três meses até julho, o menor desde 1974.
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Quarta-feira
Brasil
Dando sequência na divulgação das pesquisas mensais no cenário nacional, na quarta, a Pesquisa Mensal do Comércio mostrou que o volume de vendas do comércio varejista no país recuou 0,8% em julho, na comparação com junho, apresentando o terceiro mês consecutivo de taxa negativa.
No acumulado de 2022, o varejo registra variação de 0,4%. Já nos últimos 12 meses, o setor acumula queda de 1,8%. Na comparação com julho de 2021, o recuo foi de 5,2%.
Estados Unidos
Já no cenário internacional, o mercado tomou ciência da inflação ao produtor (PPI) americano, que, apesar ter vindo em linha com as expectativas, também chamou atenção. O índice recuou 0,1% em agosto na comparação com julho, na comparação com agosto de 2021, a alta foi de 8,7%.
Mas, o que chamou atenção foi o núcleo do PPI. Excluindo os preços de alimentos e energia, considerados mais voláteis e resistentes à política monetária, o núcleo do indicador apresentou alta de 0,4% na base anual, ante projeção de 0,3%.
Reino Unido
A produção industrial do Reino Unido referente ao mês de julho apresentou queda de 2,3%, resultado inferior à expectativa de mercado, que previa uma retração de 1%, assim como o dado do mês de junho, quando houve crescimento de 1,1%. Em 12 meses, o indicador acumula queda de 2,4%, ficando bem abaixo do resultado observado no período imediatamente anterior, quando foi registrado crescimento de 2,2%.
O CPI do Reino Unido ficou em 0,5% MoM (9,9% YoY). Esta foi a segunda desaceleração consecutiva na base mensal. Em 12 meses, o indicador também desacelerou contra o resultado anterior, mas ainda se mantém próximo das máximas históricas. O núcleo do indicador variou 0,8% MoM, significativamente acima do CPI cheio.
Já o Índices de Preços ao Produtor (IPP) de bens intermediários do Reino Unido referente ao mês agosto sofreu deflação de 1,2%. Em julho, o indicador não registrou variação. Com este dado, o IPP apresentou desaceleração em seu acumulado anual, saindo de 22,6% para 20,5%. Já o IPP referente aos produtos finais teve deflação de 0,1% no mesmo período, no acumulado anual, o índice desacelerou de 17,1% para 16,1%.
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Quinta-feira
Brasil
A prévia do PIB trouxe boas notícias pelo segundo mês consecutivo. IBC-Br apresentou alta de 1,17% em julho; consenso previa +0,30%.
O índice de atividade econômica, considerado um indicador prévio de desempenho do PIB, veio bem acima do esperado pelo mercado e representa o segundo mês seguido de crescimento.
Em junho, o indicador teve alta de 0,69%, na comparação mensal. Com o resultado de julho, nos últimos 12 meses, a variação ficou em 2,09%. Em relação a julho de 2021, o índice teve crescimento de 3,87%.
Estados Unidos
Vendas do varejo americano subiram 0,3% em agosto. Já as vendas totais para o período de junho de 2022 a agosto de 2022 aumentaram 9,3% YoY (+0,5% MoM). A variação percentual de junho de 2022 a julho de 2022 foi revisada de praticamente inalterada (+0,5%) para uma queda de 0,4%.
A produção industrial em agosto caiu 0,2%, abaixo da estimativa. O consenso era de um avanço de 0,1% em relação ao mês anterior. A leitura de julho foi de alta de 0,5%. No acumulado de 12 meses, a produção industrial subiu 3,7%, ante alta de 3,9% nos 12 meses até julho.
Enquanto isso, os pedidos de auxílio-desemprego somam 213 mil na última semana; os pedidos da semana anterior foram revisados para baixo em 4.000 de 222.000 para 218.000.
Zona do Euro
A Zona do Euro apresentou déficit em sua balança comercial de 40,3 bilhões de euros em julho. O saldo negativo de julho é o maior já registrado na série histórica da eurostat, que teve início em 1999. Em junho, o bloco havia mostrado déficit de 32,2 bilhões de euros, de acordo com número revisado.
O Índice de Preços por Atacado da Alemanha avançou 0,1% em agosto. No acumulado anual, o indicador apresentou desaceleração, saindo de 19,5% para 18,9% nos 12 meses encerrados em agosto.
O Índice de Preços ao Consumidor da França apresentou variação de 0,5% em agosto. O núcleo do indicador teve variação positiva de 0,5%, também superando o dado de julho, quando houve aumento de 0,3% no grupo. No acumulado anual, o indicador geral apresentou alta de 5,9%, enquanto o núcleo da inflação saiu de 4,7% para 4,3%.
China
Para fechar o dia, a partir das 22h30 começam a ser divulgados dados de peso na China, entre eles: vendas residenciais, produção industrial, vendas do varejo, investimentos imobiliários e taxa de desemprego.
Sexta-feira
A semana termina com a inflação ao consumidor da Zona do Euro (CPI), abrindo o dia. O dado não deve ser dos melhores devido as atuais condições econômicas sombrias do bloco. Pouco depois, saem o IPC-S referente a 2ª quadrissemana de setembro e o IGP-10, ambos divulgados pela FGV às 8h. Por fim, às 11h sai a prévia do mês de setembro da pesquisa de confiança do consumidor de Michigan, nos Estados Unidos.
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