Segundo os dados do IBGE, a indústria brasileira representa cerca de 20% do Produto Interno Bruto do Brasil. O setor industrial é responsável pela transformação de matérias-primas em produtos comercializáveis. Ou seja, compõem parte fundamental da cadeia produtiva, abastecendo os demais setores da economia.
Sendo assim, o objetivo deste texto é trazer os impactos da pandemia na indústria brasileira , sua recente recuperação e as perspectivas para o futuro.
O impacto da pandemia na produção indústria brasileira
Em decorrência da pandemia, a indústria brasileira apresentou queda acentuada nos primeiros meses de 2020.
A indústria de transformação, que tem a maior participação no resultado da industrial nacional, cerca de 88%, teve queda de 6,7% nos três primeiros meses do ano. No segundo trimestre, o movimento de queda se manteve, com o recuo de 4,6%.
Não obstante, ainda em 2020, devido ao bom desempenho no terceiro trimestre, a indústria geral, impulsionada pela indústria de transformação, conseguiu recuperar-se parcialmente, encerrando o ano com um crescimento acumulado em 12 meses de 5%.
Porém, em 2021, com os gargalos na oferta aumentando os custos de produção, em função do agravamento da pandemia e as medidas de restrição a mobilidade adotadas pelos países, a indústria geral voltou a apresentar um desempenho ruim.
No primeiro trimestre, o setor recuou 3,5%, seguindo em baixa durante o decorrer do ano, encerrando 2021 com um recuo de 4,2% no acumulado em 12 meses.
No entanto, vale frisar que a indústria extrativa, responsável pela extração de matérias-primas, teve um bom desempenho, encerrando 2021 com alta de 2%, sendo este movimento explicado em grande medida pela recuperação das principais economias do mundo, em especial a China. Todavia, a indústria extrativa tem uma participação pequena no desempenho da industrial nacional.
O desempenho em 2022
Em 2022 as movimentações vistas no ano anterior foram revertidas. Com a recuperação do nível de atividade econômica doméstica, motivada especialmente pelo fim das medidas de restrição a mobilidade social, bem como a retomada do mercado de trabalho, a indústria de transformação tem apresentado trajetória de alta, com crescimento de 0,98% de janeiro até julho.
Por outro lado, com a perspectiva de queda no nível de atividade global, em especial na Europa, a indústria extrativa vem apresentando desempenho abaixo do observado no ano anterior, recuando 0,55% no crescimento acumulado no ano.
Ainda em 2022, analisando sobre a ótica das categorias de uso dos bens produzidos, pode-se afirmar que os resultados da indústria são mistos. Pelo lado positivo, houve avanço nas categorias de bens de capital (+5,52%) e bens intermediários (4,71%), indicando que a capacidade produtiva da indústria doméstica aumentou.
Pelo lado negativo, as categorias de bens de consumo duráveis e não duráveis recuaram 1,66% e 0,32%, respectivamente, sendo este movimento podendo ser atribuído a alta na taxa de juros.
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Expectativas para o futuro
As perspectivas para a indústria brasileira nos próximos meses deste ano são de que ocorram avanços por conta das recentes medidas de incremento à renda adotadas pelo governo, que devem ter impactos positivos sobre as categorias de bens de consumo não duráveis, sendo a indústria de alimentos uma das principais beneficiadas.
Todavia, com a eminente queda do nível de atividade global tendo impactos na economia doméstica, é esperado para 2023 que a indústria tenha um desempenho abaixo do observado em 2022, com o setor trazendo contribuições negativas para o PIB.
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