Agenda da semana: pauta ambiental no radar e calendário econômico denso

A agenda do mercado inicia absorvendo ainda os reflexos do caso Americanas. Impactos ultrapassaram o varejo e já respingam no setor bancário. Além das dívidas a curto prazo, fundo de investimentos em renda fixa, ligados a algumas carteiras do Nubank, apresentaram rentabilidade negativa.

O Fórum Econômico Mundial se torna palco brasileiro. Os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) participam do evento que acontece em Davos, na Suíça, entre 16 e 20 de janeiro. Segundo o Ministério da Fazenda, a intenção é mostrar que o Brasil “está focado na agenda econômica e ambiental e preparado para assumir esse lugar que a comunidade internacional espera do país”.

Quem também participa do Fórum é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Assim como os representantes do Executivo Federal pretendem fazer para o Brasil, ele deve buscar recurso estrangeiro para o estado paulista.

No Fórum Econômico Mundial, na Suíça, Brasil deve reforçar compromisso ambiental

A agenda econômica também conta essa semana com indicadores macro de peso, que também deve movimentar o mercado financeiro nacional e internacionalmente. Veja a seguir o que será destaque no setor durante esta semana.

Segunda-feira Brasil estreia em Davos

O mercado internacional opera com liquidez reduzida por causa do feriado de Martin Luther King Jr, que deixa bolsas de Nova Iorque fechadas na segunda-feira. Brasil estreia no Fórum Econômico Mundial, na Suiça, às 14h com a ministra Marina Silva vendendo a pauta ambiental brasileira no painel “Em Harmonia com a Natureza”.

Por aqui, o mercado voltou a projetar inflação maior e PIB menor para 2023. Segundo o Boletim Focus, do Banco Central, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve subir de 5,36% para 5,39% este ano. A previsão da taxa de juros básica (Selic) também foi elevada para 2023 (de 12,25% para 12,50%), enquanto permaneceu a mesma para 2024 (9,25%). Já a previsão de crescimento para este ano reduziu de 0,78% para 0,77%.

IPCA

  • ▪️2023:  de 5,36% a 5,39%
  • ▪️2024:  permanece 3,70%

PIB

  • ▪️2023:  de  0,78% para 0,77%
  • ▪️2024:  permanece em  1,50%

CÂMBIO

  • ▪️2023:  permanece R$ 5,28
  • ▪️2024: permanece R$ 5,30

SELIC

  • ▪️ 2023: de 12,25% para 12,50%
  • ▪️2024:  permanece em 9,25%

No final do dia, às 23h (horário de Brasília), saem dados do PIB, produção industrial e venda no varejo da China.

Terça-feira com dados de inflação  

Antes da abertura de mercado, o investidor conhece o IGP-10 com informações da Fundação Getúlio Vargas sobre o movimento de preços no Brasil. O IPC-Fipe também deve mostrar a evolução do custo de vida das famílias por aqui. Às 9h30, Haddad apresenta os compromissos econômicos do novo governo no painel “Brasil: um Novo Roteiro”, em Davos.

O Reino Unido aguarda uma série de dados sobre desemprego e inflação. O país, que em outubro de 2022 atingiu seu o maior aumento de preços em quatro décadas, teve uma melhora nos índices de novembro.

Ainda na terça-feira, os Bancos Goldan Sachs e Morgan Stanley divulgam seus balanços do último trimestre do ano passado.

Quarta-feira: um olho nos EUA, outro no Japão

O mundo foca na economia americana, que terá dados importantes da atividade divulgados. Vendas no varejo, produção industrial e índice de preços ao produtor vão mostrar os resultados de dezembro. No mesmo dia, a atenção ainda fica para o Livro Bege do Federal Reserve, relatório sobre a economia dos EUA.

Antes disso, às 0h no horário de Brasília, o Japão deve divulgar o resultado da Reunião de Política Monetária do Bank of Japan. O país tem ido na contramão de apertos monetários globais, mesmo com a aceleração da inflação. Com base nos discursos dos membros do BoJ, a expectativa do mercado mundial é que o país asiático adote uma postura menos “dovish” desta vez.

Já na Zona do Euro e no Reino Unido, as atenções ficam para a inflação ao consumidor de dezembro. Ainda em Davos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, faz a sua última participação no Fórum Mundial Econômico com líderes da América Latina.

Quinta-feira agenda cheia em todo o mundo

Na quinta-feira, a situação do emprego no país é destaque com a PNAD contínua do último trimestre de 2022, divulgada pelo Instituo Brasileiro de Geografia e Estatísticas. A expectativa do mercado é de queda de 0,2 ponto percentual na taxa de desemprego e que a taxa chegue a 8%.

À tarde, Marina Silva traz os olhares internacionais para o Brasil mais uma vez com a pauta ambiental na conferência de Davos. No início da tarde, a ministra do Meio Ambiente e Mudança de Clima participa do painel “A Amazônia em uma Encruzilhada”, onde deve destacar a retomada do Fundo Amazônia e buscar mais recursos para ações de preservação ambiental na região.

Na Zona do Euro, o investidor aguarda as atas da reunião do Banco Central Europeu. Para o time de economia da CM Capital, as últimas falas dos membros do comitê de política monetária, especial da presidente Lagarde, foram de um tom mais hawkish em termos de reajuste de juros. “A expectativa é de um cenário mais pessimista por parte da BCE, que começou o aperto monetário mais tarde do que as demais economias desenvolvidas”, explica nosso economista Matheus Pizzani.

Nos EUA, dados sobre seguro-desemprego e atividade econômica também devem ficar no radar do investidor.

Sexta-feira: foco no exterior

Com agenda doméstica esvaziada, último dia da semana deve encerrar pautada por fatos relevantes no campo corporativo.

Já no mercado internacional, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, deve repercutir os anúncios sobre as decisões de política monetária na Zona do Euro.

A Alemanha divulga dados da inflação ao produtor (IPP) e o Reino Unido anuncia o desempenho no varejo do último mês de dezembro. Atenção aos discursos de representantes do FED de várias regiões dos EUA.

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