Quais são os principais setores da bolsa de valores?

Você sabia que as empresas listadas na B3 (a Bolsa de Valores brasileira) são categorizadas em grandes grupos, ou setores da bolsa? Conhecê-los pode amparar as estratégias do investidor na hora de tomar decisões em relação aos seus investimentos.

Isso porque — em especial no âmbito de uma análise fundamentalista — é possível ampliar a visão. De modo geral, quem investe considerando os fundamentos por trás de um ativo costuma buscar por informações além da empresa que o possui.

Sendo assim, se você deseja saber mais sobre a classificação setorial realizada na B3, continue a leitura!

Critérios de classificação

Antes de conhecer os setores da bolsa, de fato, é interessante entender o motivo que levou a B3 a criá-los. Em suma, essa classificação não é feita a esmo. Segundo o próprio site da bolsa de valores, existem critérios que norteiam a separação das empresas. Entenda!

Estrutura

Em primeiro lugar, está a estrutura da classificação. Ela é montada de acordo com os tipos e utiliza dados nas soluções desenvolvidas pelas companhias. Nessa hora, a intenção principal é:

  • facilitar a localização dos setores em que as organizações negociadas atuam;
  • tornar a identificação desses setores mais objetiva;
  • ampliar a visão do investidor sobre empresas que atuam de maneira similar, mesmo realizando atividades diferentes. Aqui, consideram-se tanto os produtos e serviços quanto a cadeia produtiva e a resposta econômica do setor às condições econômicas;
  • aproximar-se dos critérios que são usados em âmbito internacional e no próprio mercado financeiro do Brasil.

Em vista disso, percebe-se que a estrutura da classificação setorial é bastante criteriosa. Ela analisa os produtos e serviços de maior contribuição para a receita das empresas negociadas na bolsa. Em seguida, caso haja semelhança com outras companhias, é realizado o agrupamento.

Empresas de participação

Em segundo lugar, é preciso analisar o caso das companhias de participação. Ou seja, aquelas que tem controle sobre as participações de outras organizações. Elas também são conhecidas como holdings e visam que bens e direitos se integrem ao capital social, na intenção de tornar a gestão mais simples e obter benefícios sucessórios e fiscais. Nesse caso, os critérios consideram a contribuição de cada setor em relação às receitas consolidadas.

Assim, para que a empresa seja posicionada em uma determinada classificação setorial, é preciso que dois terços ou mais de suas receitas estejam relacionadas ao setor. Caso isso não aconteça, a B3 a posicionará como “holding diversificada”.

Reclassificação

Por fim, é interessante ter em mente que essas classificações são periodicamente revisadas. Isso porque, as receitas das empresas podem mudar com o tempo, advindo, por exemplo, de setores além dos que elas estão classificadas. Desse modo, a B3 pode realizar a reclassificação. É possível acompanhar qualquer mudança realizada no próprio site da bolsa.

Principais setores da bolsa de valores

Conhecidos os motivos e os critérios que levam à classificação setorial da B3, é hora de conhecer os setores, de fato. Confira!

Comunicações

Conforme o nome indica, esse setor inclui grandes nomes de empresas voltadas à comunicação do país. Alguns exemplos incluem Oi, TIM, Telemar Norte e Cinesystem. Além disso, há companhias listadas nos segmentos de Produção e Difusão de Filmes e Programas. Seus subsetores, segundo a B3, incluem:

  • mídia;
  • telecomunicações;
  • telefonia fixa.

Bens Industriais

Esse é um dos maiores setores da bolsa. Isso porque inclui segmentos fundamentais ao bom andamento industrial do país, como maquinários e, até mesmo, transportes rodoviários. Companhias de peso, a exemplo da Gol e da Azul, compõe essa classificação setorial. Seus subsetores são:

  • comércio;
  • construção e engenharia;
  • máquinas e equipamentos;
  • material de transporte;
  • serviços.

Consumo cíclico

Esse é outro setor notável da bolsa de valores. As principais empresas contidas nessa classificação setorial incluem Magazine Luiza, Lojas Renner, BK Brasil, CVC, Vivara e Localiza. Já seus subsetores são:

  • automóveis e motocicletas;
  • comércio;
  • construção civil;
  • diversos;
  • hotéis e restaurantes;
  • tecidos, vestuário e calçados;
  • utilidades domésticas;
  • viagens e lazer.

Consumo não cíclico

Esse é um setor que inclui produtos essenciais ao consumo humano, como alimentos, bebidas e itens de uso pessoal. Algumas empresas contidas nesse setor incluem JBS, Bombril, Natura, Brasil Agro e Ambev. Seus subsetores são:

  • agropecuária;
  • alimentos processados;
  • bebidas;
  • comércio e distribuição;
  • produtos de uso pessoal e de limpeza.

Financeiro

Sem dúvidas, esse é um setor da bolsa que merece destaque. Afinal, ele contribui amplamente para o índice Ibovespa, que é referência para os investimentos em renda variável — usado especialmente na hora de investir em ações. Nele, estão inclusos instituições financeiras como os bancos. Alguns nomes de peso nessa classificação incluem Itaú, Porto Seguro, Banco do Brasil, Santander e Bradesco. Seus subsetores são:

  • exploração de imóveis;
  • holdings diversificadas;
  • intermediários financeiros;
  • previdência e seguros;
  • securitizadoras de recebíveis;
  • serviços financeiros diversos.

Materiais básicos

Conforme o nome indica, esse setor se relaciona com o fornecimento de matéria-prima para muitos outros setores. É importante ter em mente que ele se relaciona diretamente com o dólar, visto que boa parte de suas receitas advém de exportações. As principais companhias contidas nesse setor incluem Gerdau, Duratex, Unipar e Vale. Seus subsetores são:

  • embalagens;
  • madeira e papel;
  • materiais diversos;
  • mineração;
  • químicos;
  • siderurgia e metalurgia.

Petróleo Gás e Biocombustíveis

Esse é um setor de nome bastante autoexplicativo. Ele não tem nenhum subsetor e inclui empresas como a Petrobras, Ultrapar e Enauta. Sua contribuição para o Ibovespa também é notável.

Saúde

Nessa classificação setorial é possível encontrar nomes como a Raia Drogasil, Odontoprev, Profarma e a Fleury — que tem bastante destaque no setor. Seus subsetores incluem:

  • comércio e distribuição;
  • equipamentos;
  • medicamentos e outros produtos;
  • serviços médicos, hospitalares, análises e diagnósticos.

Utilidade Pública

Esse setor conta, em sua maioria, com companhias estatais, como Sabesp, Copel, Eletrobras, Cemig, Casan e Comgas. Seus subsetores incluem:

  • água e saneamento;
  • energia elétrica;
  • gás.

Tecnologia da Informação

Por fim, existe o setor de Tecnologia da Informação, que é reduzido na bolsa quando comparado a outros. Seus subsetores incluem:

  • computadores e equipamentos;
  • programas e serviços.

Conforme visto, há diversas opções de setores e seus consequentes ativos para que investidores e traders montem suas carteiras. Nessa hora, além de alinhar seu perfil de investidor e objetivos, é importante acompanhar o mercado e a performance de cada um dos setores da bolsa.

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