O mercado de derivativos é uma das principais formas de investir as suas finanças. Ações, commodities e produtos negociados na bolsa fazem parte da carteira de negociação, e você pode encontrar opções interessantes para proteger ou alavancar a sua posição atual.
Tal mercado tem origem mista e pode estar relacionado a outros ativos, o que dá origem ao segmento de derivativos. Diante de tal complexidade, fizemos este artigo com os principais pontos sobre esse mercado, desde o seu conceito, passando pelos diferentes modelos, pelas vantagens até os tipos de contrato. Confira!
O que são os derivativos?
Os derivativos são classificados como uma categoria de ativos financeiros e de aplicações que têm o seu valor derivado a um outro tipo de ativo ou grupo, tais como ações, moedas, taxas de juros e índices de mercado. Logo, o seu preço dependerá de como o seu mercado ou outro bem do financeiro se comporta.
Eles podem ser utilizados de diversas formas, mas as duas mais comuns são a proteção e a alavancagem. Mais adiante falaremos sobre tais aspectos que também podem ser considerados vantagens.
Normalmente, os derivativos são negociados na bolsa de valores, por meio de contratos padronizados. Isso significa que tanto a compra quanto a venda, a liquidez e a cotação do ativo de base serão as mesmas para ambas as partes, garantindo assim a segurança do processo.
Para que servem os derivativos?
Os derivativos, portanto, trazem novas estratégias de investimento. Você deixa de poder atuar apenas com o resultado direto do ativo e ganha alternativas para proteger o patrimônio ou alavancar a sua posição, entre outras utilidades.
Adequar o risco ao seu perfil de investidor
Os mecanismos de proteção e alavancagem dão poder de decisão sobre quanto risco um investidor deseja tomar. Assim, você consegue modular a estratégia para ser mais moderada, conservadora ou agressiva de acordo com o seu perfil.
Imagine, por exemplo, que você tem ações de uma empresa que fará um grande investimento e começa a ter dúvidas sobre o desempenho futuro. Nesse caso, uma opção de venda — a possibilidade de transferir as ações por um valor prefixado — reduz bastante a instabilidade, não é mesmo?
Por outro lado, considere uma situação em que o Ibovespa já não parece oferecer tantos ganhos, embora o rendimento seja positivo e constante. Você poderia, nesse caso, comprar minicontratos de índice, pagando a margem de garantia, que é uma fração do ativo, para alavancar a sua posição. Logo, assumiria mais riscos para tentar um rendimento melhor.
Operar vendido
Os derivativos também servem para você trocar entre posições compradas e vendidas. Em termos simples, a primeira oferece ganhos com o desempenho positivo do ativo-objeto, enquanto a segunda permite ganhar quando ele sofre uma queda.
As opções são bastante utilizadas nesse caso. Imagine uma opção de venda de R$25,00 com prazo de 1 ano de uma ação que vale R$28,00. Se o papel cair para R$20,00, seria possível vender a R$25,00 e lucrar R$5,00 por unidade.
Por outro lado, aquele que comprou os papéis certamente não gostaria que as ações caíssem, mas que se valorizassem.
Diversificar os investimentos
Uma terceira função importante do mercado de derivativos é diversificar os investimentos. Além de proteção e alavancagem, operar vendido ou comprado, o segmento abre formas de contratação diferenciadas, como opção, swap e minicontratos.
Consequentemente, o investidor pode planejar estratégias com diferentes oscilações, potencial de ganho, direitos, obrigações etc. Logo, amplia-se o quanto é possível diversificar os investimentos, uma estratégia útil para gerenciar os riscos.
Quais os diferentes modelos de aplicação no mercado derivativo?
O mercado de derivativos tem diferentes classificações. É imprescindível conhecer as operações, a fim de compreender como serão feitas as suas aplicações e quais tipos de resultados serão obtidos!
Mercado a termo
Para compreender o que é o mercado a termo, é preciso entender o funcionamento da operação. Basicamente, ela é uma compra feita a prazo. As duas partes assumem o compromisso de comprar e vender certa quantidade da mercadoria ou do ativo financeiro.
O preço precisa estar fixado na data de realização do negócio, apesar de a negociação acontecer em data futura. A liquidação integral do bem acontecerá apenas quando houver o vencimento do contrato.
Para ficar mais claro, suponha que uma pessoa decida comprar uma ação da empresa X no período de 30 dias com um preço predeterminado. Assim, como ele firmou o compromisso da compra, o vendedor que aceitou a negociação deve vender a ação nesse período.
Mercado futuro
Como o próprio nome sugere, o mercado futuro é aquele no qual são negociadas compras e vendas de produtos que só serão feitas no futuro. O preço também é fixado com antecedência, assim como no mercado a termo.
Na realidade, o comprador adquire um contrato, não necessariamente o produto, mas sim o direito sobre as oscilações de valor colocadas sobre ele. Como em qualquer outro título de investimentos, a oferta e a procura fazem com que o ativo oscile. Logo, se você compra na baixa e vende na alta, ganha. Entretanto, se fizer o contrário, perde.
Esse tipo de investimento tem uma especificidade que é a disposição de uma quantia de margem que pode ser dinheiro ou ativos. É como se fosse uma garantia de pagamento, caso as variações de mercado sejam negativas.
Opções
O investimento em opções significa ter um contrato de direito para compra ou venda de um ativo por um certo preço preestabelecido em uma data futura, também previamente combinada. Ao fazer a aquisição da opção, o comprador tem garantido o seu direito de exercício, o que significa a possibilidade de realizar a compra no prazo predefinido, mas sem ter a obrigatoriedade de exercer tal direito.
A escolha pelas opções costuma ser seguida pelos investidores que têm por hábito injetar dinheiro na bolsa de valores, pois essa seria uma forma de proteger os seus papéis contra eventuais perdas, dada as oscilações que costumam acontecer no mercado de renda variável.
Swaps
Swap é um termo utilizado para definir a troca de riscos entre duas partes. Para isso, é estabelecido um acordo na qual a credora e a devedora estabelecem uma regra de mudarem o risco no futuro, de acordo com alguns critérios preestabelecidos. Isso costuma acontecer em posições que envolvem taxas de juros, moedas e também as commodities.
Nesse caso, o investidor se compromete a pagar uma taxa ou valor do ativo que oscilou. Por exemplo, suponha que ele faça uma swap cambial reverso, ou seja, troque CDI (real) pela variação cambial (dólar). Ele poderá ter um ganho ligado à taxa do cupom cambial. É uma forma de o investidor se proteger das variações na taxa de juros esperada e realizada.
Quais as vantagens de investir no mercado de derivativos?
As aplicações em mercados derivativos representam uma série de vantagens para o investidor. Portanto, é preciso estar atento especialmente a dois pontos cruciais desse processo, como mostraremos a seguir!
Proteção (hedge)
A palavra hedge significa “cerca, limite”. No mercado de ações, o termo ganhou a denominação de proteção de ativos. Quando se trata de investimentos, ela é uma estratégia utilizada para atender à necessidade de produtores de fixar um valor de venda para os seus produtos. Enquanto isso, os distribuidores obteriam um preço fechado para a compra de tais insumos.
Logo, uma das principais vantagens da operação de derivativos é justamente o que é oferecido pelo hedge, o que protege o investidor de variações de taxa de juros, moedas ou preço. A ideia é que a operação faz uma oposição ao mercado à vista, minimizando os riscos de perdas devido às flutuações de preços do mercado.
Alavancagem
Outro benefício do mercado de derivativos é a alavancagem. Como o próprio nome sugere, ela é definida por um processo de aproveitamento de determinadas oportunidades, a fim de multiplicar os seus resultados. Ou seja, o investidor aplica um valor maior do que tem em conta, com o objetivo de maximizar os seus ganhos.
No entanto, para poder utilizar a alavancagem, o investidor precisa ter uma margem de garantia, ou seja, ele precisará sinalizar se tem condições de arcar com os pagamentos, caso haja prejuízos na operação.
Outra questão que merece atenção é o fato de que o recurso, ao mesmo tempo em que aumenta as chances de bons resultados nos investimentos, eleva proporcionalmente os riscos. Logo, é preciso estar disposto a investir de maneira mais agressiva.
O que são os contratos futuros de índice e contratos futuros de dólar?
Os contratos futuros são basicamente negociados na bolsa de valores e se dividem em índice (IND) e dólar (DOL). No caso do primeiro, o objeto de negociação é o índice da Ibovespa e, no segundo, a taxa cambial do dólar.
Os contratos ligados a eles preveem um valor estimado para uma certa data de investimento. Além disso, eles são negociados no Mercado Futuro, o que faz com que a sua cotação seja feita por meio de pontos.
No índice futuro, temos como principais vantagens a alta volatilidade, o baixo custo e a possibilidade de alavancagem. No contrato futuro de dólar, temos a possibilidade de alavancar os investimentos também e trabalhar com a margem de garantia.
Vale a pena investir em derivativos?
Os derivativos são excelentes ferramentas, porque trazem novas estratégias de investimento. Logo, podemos alcançar diversos objetivos que não estariam disponíveis caso optássemos apenas por investir nas ações, moedas e índices diretamente.
Nesse sentido, diversos motivos podem levar o investidor a conhecer e considerar opções, minicontratos, swaps etc. na sua estratégia:
- assumir mais riscos e aumentar o potencial de ganho;
- minimizar oscilações e os riscos da sua carteira;
- ter novas formas de reagir diante de mudanças de cenário, como alta do dólar, queda do Ibovespa, mudanças na direção de uma empresa etc.;
- ter investimentos mais acessíveis, como minicontratos de dólar e índice.
Logo, se você conhecer os riscos e adotar uma estratégia adequada para os seus objetivos, é um mercado que vale muito a pena.
E os riscos envolvidos com os derivativos?
Nos derivativos, em vez de apenas buscar moedas, ações, índice etc. com perspectiva de crescimento, os investidores adotam posições diferenciadas. Tenta-se alavancar os ganhos, lucrar com uma queda dos ativos, ter algum tipo de proteção em caso de desvalorização, entre outras medidas.
Por isso, os erros de iniciantes são mais recorrentes, e você precisa se planejar antes de escolher esse tipo de investimento. Entre outros pontos, avalie o seguinte:
- qual é o seu perfil de risco;
- qual é o objetivo do seu investimento;
- qual é a função do derivativo escolhido;
- quanto do seu patrimônio será envolvido.
Também é importante manter a diversificação da sua estratégia de investimentos. Ao mesclar ativos com diferentes riscos e potencial de ganho, você compensa eventuais perdas, sem perder a chance de realizar algumas apostas.
Os minicontratos são um bom exemplo. Neles, mesmo um pequeno investidor, ao direcionar 10%, 20% dos recursos disponíveis, pode operar alavancado, mantendo o restante das economias em ativos de menor risco.
Quando se trata de mercado de derivativos, é sempre bom estar atento ao seu prospecto de fundo e procurar detalhes nesse sentido, focando atenção especialmente nas variações ocorridas na bolsa de valores. Portanto, quanto maior o entendimento sobre o assunto, melhor para os seus investimentos.
Caso você queira começar a investir e tenha alguma dúvida, entre em contato com os nossos especialistas!