Do investidor iniciante aos gestores profissionais, um termo que é frequente ao falar e lidar com os investimentos no dia a dia é o “Índice Bovespa”, conhecido também como “Ibovespa”. Essa realidade é compreensível, pois se trata do principal referencial da Bolsa de Valores brasileira na cotação das ações em circulação no mercado.
Muitos, no entanto, desconhecem diversos detalhes sobre ele e acerca das principais informações que precisam guardar. Pensando nisso, separamos, neste artigo, tudo que você precisa saber sobre o tema e o que engloba as ações Índice Bovespa. Confira, a seguir, detalhes sobre a composição e saiba como isso impacta os seus investimentos. Basta continuar a leitura!
O Índice Bovespa
O que é?
De forma resumida, o Ibovespa é um índice que reúne uma carteira teórica das ações mais negociadas da Bolsa de Valores de São Paulo, a B3. Ele serve como um portfólio diversificado que permite acompanhar de forma mais facilitada a cotação desses ativos mais relevantes. É importante ressaltar que ele não se trata de uma única ação, como pode ser pensado por investidores iniciantes.
O objetivo é que o Índice Bovespa simule uma carteira em que foi realizada uma aplicação única nesses principais ativos que a compõem — isso sem novos aportes e resgates de capital e contando com o reinvestimento de todos os proventos. A variação da cotação do Ibovespa, portanto, representaria o lucro ou o prejuízo ao investir nesse portfólio de ativos.
Qual a importância?
Por ser um índice que replica as ações mais negociadas na Bolsa brasileira, o Ibovespa é um grande indicador de como está a economia do país no momento. Isso pode ajudar os investidores a tomarem as suas decisões, pois a sua oscilação serve como um “termômetro” para saber se os participantes do mercado estão otimistas ou pessimistas com o cenário econômico e também qual é o grau de risco que estão dispostos a tolerar.
Quais são os critérios para a formação?
O Índice Bovespa conta com critérios bem específicos em sua formação. Portanto, isso quer dizer que nem todas as empresas que compõem a Bolsa brasileira estão presentes nele. O rebalanceamento do Ibovespa é feito quadrimestralmente, o que significa que esse é o período estipulado para uma ação entrar ou sair dele.
Duas regras básicas para a composição são que nenhuma empresa pode ultrapassar 20% de participação no índice, seja na inclusão, seja no rebalanceamento, e, caso isso aconteça, a porcentagem excedente será distribuída proporcionalmente entre os outros ativos na revisão seguinte, e, além disso, para ingressar no Ibovespa, é necessário que a ação tenha alta liquidez. Ou seja, tenha um grande volume de negociações. Confira mais alguns critérios a seguir:
- a ação deve estar listada e negociada na Bolsa de Valores. Portanto, ETFs (Exchange-Traded Funds), BDRs (Brazilian Depositary Receipts) e empresas em recuperação judicial não podem entrar;
- o ativo também deve estar entre os que têm maior Índice de Negociabilidade (IN) da Bolsa nos três anos anteriores. O IN é calculado levando em conta o número de negócios e o volume financeiro gerado pela ação, em comparação ao total de negociações;
- ele deve ter movimentado um montante financeiro igual a, pelo menos, 0,1% do mercado à vista nos anos anteriores;
- a ação precisa ter sido negociada em, pelo menos, 95% dos pregões nos três anos anteriores;
- ele não pode ter sido uma penny stock nos últimos três anos — empresas negociadas a menos de R$ 1.
Um último detalhe é que empresas que fizeram IPO em um período inferior a três anos também podem fazer parte do Índice Bovespa. Elas só têm que atender aos critérios acima desde o momento em que entraram na Bolsa e a oferta pública deve ter sido realizada antes do rebalanceamento da carteira.
As principais ações Índice Bovespa
Vale
Empresa de maior valor de mercado no Brasil e uma das maiores produtoras de minério de ferro no mundo, a Vale, representada pelo ticker VALE3, é, com folga, a companhia com maior participação no Índice Bovespa. Contando com uma alta considerável recentemente, ela corresponde atualmente a 11,3% do Ibovespa.
Petrobras
Outra empresa que faz parte do setor de commodities, a estatal Petrobras também tem grande participação no Índice Bovespa. A companhia, que atua em todos os processos produtivos do petróleo, do gás natural e de seus derivados, está presente na carteira representada tanto por suas ações ordinárias quanto por preferenciais. A PETR3 possui 4,75% da composição, enquanto a PETR4 aparece com 5,8%.
Itaú
Maior banco do país, o Itaú também tem um grande peso na carteira teórica representada pelo Índice Bovespa. A instituição bancária privada aparece com um total de 6,8% de participação por meio do ativo ITUB4.
Bradesco
Outro banco a aparecer com grande participação no Ibovespa é o Bradesco. A companhia, assim como a Petrobras, está representada por dois ativos diferentes. A ação preferencial, BBDC4, ocupa 4,6% da carteira. Já a ordinária, BBDC3, compõe um total de 1,1%.
Atualmente, o Índice Bovespa ainda conta com outras dezenas de ativos, somando 84 no total, e que pertencem a 81 empresas diferentes.
O cálculo da cotação
Para explicar de forma resumida, o cálculo do índice é feito baseado no peso que cada ação tem na carteira, multiplicado pelo valor da cotação de cada ativo no dia em questão. Cada ponto do Ibovespa corresponde a R$ 1. Portanto, o número de pontos é equivalente ao quanto o somatório de todo o portfólio está custando em reais.
O preço dos ativos varia de acordo com a oferta e com a demanda. Logo, somam-se as altas e as baixas de cada uma das ações que compõem o índice para se obter o valor, respeitando-se sempre o peso de cada um. Se, na somatória, a maioria está subindo, o preço também vai para cima, assim como o índice cai em caso de queda generalizada.
Como acompanhá-la em tempo real?
Acompanhar o índice atualmente é muito fácil. Diversos sites e aplicativos especializados disponibilizam a cotação em tempo real, bem como a própria B3. De qualquer maneira, você ainda pode optar por acompanhar diretamente no Home Broker da sua corretora enquanto toma as decisões de investimentos.
Como investir no Índice Bovespa?
Se levarmos de maneira literal, não é possível investir no Índice Bovespa porque ele não é um ativo. Existe, porém, a possibilidade de investir de forma indireta por meio de fundos negociados em Bolsa, como é o caso de alguns ETFs — por exemplo, o BOVA11, gerido pela Black Rock Brasil, e o BOVV11, que tem gestão do Itaú. Ambos aplicam, pelo menos, 95% do capital em ações do Ibovespa. Portanto, a sua rentabilidade vai replicar a cotação do índice.
Como visto, independentemente dos critérios usados na seleção, o fato é que o Índice Ibovespa é um grande instrumento para identificar como estão os “humores” na Bolsa de Valores brasileira. Com isso, é possível ter um maior conhecimento e tomar decisões mais acertadas na hora de selecionar os seus ativos.
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