O setor de serviços no Brasil foi um dos mais afetados pelas medidas de restrição a mobilidade adotas pelo governo para conter o Coronavírus no ano de 2020. Já em 2021, com o avanço da vacinação, o setor iniciou uma tímida trajetória de recuperação, a qual seguiu em 2022.
Nesse sentido, o objetivo deste texto é trazer a evolução dos serviços no Brasil, desde 2014 até 2022, bem como as perspectivas para o futuro do setor.
O Cenário Pré-Pandemia
No biênio de 2015 e 2016, o setor de serviços apresentou queda acentuada de 10,6%, em função do desempenho ruim da economia vistos nesse período, com queda acumulada de 6,7% no PIB nesses dois anos. Entre 2017 e 2018, o setor seguiu uma trajetória errática, ainda em patamares ruins, com um crescimento de modesto de 1,21% nesses dois anos. Todavia, em 2019 inicia-se um processo de recuperação. No ano, houve um crescimento de 2,1%, sendo o bastante para superar o patamar dos dois anos anteriores, porém ainda em níveis ruins quando comparado com 2014.
Acompanhe todas as notícias pelo nosso grupo do Telegram.
O impacto da pandemia no setor de serviços
Em 2020, com o advento do corona vírus, o movimento de recuperação visto em 2019 foi drasticamente revertido.
Devido as medidas de restrição à mobilidade social implementadas pelo governo para conter o avanço do vírus, a atividade econômica sofreu uma forte contração, com o setor de serviços sendo um dos mais impactados.
No ano, a queda foi de 4,09%, sendo esse movimento mais acentuado no primeiro semestre, em que houve um recuo de 16,13%, com o segundo semestre amenizando parcialmente essa queda.
A recuperação em 2021
No ano de 2021 iniciou-se a recuperação do setor de serviços, em função do avanço da vacinação, bem como o afrouxamento das medidas de restrição à mobilidade social. Mas essa recuperação não ocorreu de forma linear no decorrer dos meses.
Os três primeiros meses do ano apontaram queda, porém no segundo trimestre o setor começou a se recuperar. Contudo, essa recuperação perdeu força no terceiro trimestre, voltando a ganhar tração somente nos três últimos meses do ano. No fim de 2021, o setor de serviços havia acumulado alta de 12%.
Veja também como a atividade econômica foi afetada.
O cenário atual
A queda de 1,7% no primeiro mês de 2022 surpreendeu negativamente as expectativas e trouxe dúvida quanto a continuidade da recuperação do setor no decorrer do ano. Contudo, o movimento foi compensando pelos resultados posteriores.
Até o mês de agosto, houve um crescimento de 8,4%, comparando com o mesmo período do ano anterior. Ou seja, o movimento de recuperação visto no ano anterior também seguiu para 2022.
Além disso, não somente o setor de serviços se recuperou do período de Pandemia, como também está próximo de retomar os patamares vistos em 2014.
Para os próximos meses do ano, levando em consideração as recentes medidas do governo federal de incremento à renda, além da recuperação surpreendente do mercado de trabalho, é esperado novos resultados positivos do setor de serviços, devendo encerrar o ano com alta de 7,6%, segundo projeção feita pela equipe econômica da CM Capital.
Em 2023, segundo as estimativas, o setor deve fechar em alta de 2,2%, sendo este o melhor resultado dos últimos anos.