EUA x China: Sanções, briga por semicondutores e impactos na economia

A relação estremecida entre duas das maiores potências pode trazer graves consequências para os mercados globais Os Estados Unidos publicaram um amplo conjunto de controles de exportação, incluindo uma medida crucial para cortar acesso da China a semicondutores fabricados em qualquer lugar do mundo que usem equipamentos norte-americanos. A sanção, publicada na última sexta (7), […]

THAINA RAMBALDO •

11 out 2022 •

5 min de leitura

A relação estremecida entre duas das maiores potências pode trazer graves consequências para os mercados globais

EUA x China: o que está acontecendo?
EUA x China: o que está acontecendo?

Os Estados Unidos publicaram um amplo conjunto de controles de exportação, incluindo uma medida crucial para cortar acesso da China a semicondutores fabricados em qualquer lugar do mundo que usem equipamentos norte-americanos. A sanção, publicada na última sexta (7), representa uma tentativa de retardar os avanços tecnológicos de Pequim.

As sanções foram enviadas através de cartas para os principais fabricantes de ferramentas para produção de chips – KLA, Lam Research e Applied Materials – e os obriga a interromper as vendas de equipamentos para fábricas da China que produzem chips avançados.

Resposta da China

O Ministério das Relações Exteriores, por meio de uma porta-voz, disse que os Estados Unidos abusaram das medidas de controle de exportação para manter a hegemonia da ciência e da tecnologia e que as medidas violam regras comerciais internacionais. A porta-voz completou ainda que as empresas chinesas serão prejudicadas, mas as americanas também e que a proibição de vender chips pra China vai ter um impacto na cadeia de abastecimento da indústria global e na recuperação da economia mundial.

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Impactos econômicos

Especialistas apontam que tais medidas podem representar a maior mudança na política dos Estados Unidos sobre o envio de tecnologia à China desde a década de 1990. Matheus Pizzani, economista da CM Capital, explica que a decisão tomada pelo governo americano é mais uma na esteira de ações que fazem parte de uma guerra comercial entre os países que se arrasta há alguns anos, cujo objetivo é determinar qual deles se estabelecerá como maior potência econômica mundial.

Em meio a um momento turbulento no campo da economia, com destaque para o avanço da política monetária e a possibilidade de entrar em recessão ainda este ano, os Estados Unidos enxergam uma ameaça cada vez maior por parte de Pequim, que apesar de dificilmente ser capaz de atingir sua meta de 5,5% de crescimento este ano, terminará 2022 com uma taxa de crescimento satisfatória se levada em consideração a atual situação dos países ocidentais.

Dois cenários

Neste sentido, Pizzani explica que a medida do governo norte-americano afetará o país asiático de duas formas distintas: “Interrompendo a produção de um setor crucial para a economia chinesa, leia-se a indústria, algo que, se levado ao limite, pode inclusive comprometer a taxa de crescimento do país este ano; atrasando o desenvolvimento do setor de alta tecnologia do país, o que pode evitar perdas ainda mais significativas para o setor externo norte-americano”, diz.

“Vale destacar que, no que diz respeito ao último ponto, a interrupção do fornecimento de semicondutores será capaz de afetar o desenvolvimento tecnológico chinês apenas no curto-prazo, o que significa que sua adoção deve ser entendida apenas como uma tentativa de demonstrar força por parte do governo Biden em meio a um momento delicado tanto no campo econômico, quanto no político”, explica o economista da CM Capital.

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Mercados reagem negativamente

Após a publicação das sanções, os mercados asiáticos começaram a trabalhar de forma negativa, e apesar das medidas serem impostas contra a China, o índice de Taiwan caia mais de 4% nesta terça-feira (11). Vale lembrar que a ilha é uma das maiores produtoras, sediando a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company, maior fabricante de semicondutores do mundo.

De acordo com Nathalie Martins, economista e analista do Research da CM Capital, as sanções, de certa forma, podem afetar o setor tecnológico do país asiático, mas também poderiam ser prejudiciais aos Estados Unidos. “Acredito que não seja o problema de maior peso, visto a participação de outras economias envolvidas nesse mercado de semicondutores e chips como Alemanha”.

Em outras palavras, “no momento, pode arrefecer a produção do setor e encarecer o produto, mas isso não tende a ser permanente tendo em vista que os americanos são um dos principais consumidores de tecnologia chinesa. Não é interessante para os Estados Unidos o encarecimento de produtos, pelo menos, não neste momento”, explica a economista.

Já do ponto de vista político, espera-se turbulência. “As economias com bom relacionamento comercial com os EUA não podem garantir as mesmas restrições, o que pode ser um obstáculo ao objetivo americano de impedir a potência asiática de produzir e aprimorar tecnologias avançadas nesse mercado”, complementa.

Quais setores podem ser afetados?

Para Alex Carvalho, analista CNPI da CM Capital, a medida acaba respingando nos mercados ao redor da China, bem como no Brasil. “Essa medida pode encarecer alguns produtos, como celulares, computadores, telas, que vão ficar reféns da tecnologia americana, que é mais cara”.

Em seguida, o especialista de investimentos ressalta quais setores podem ser afetados pelas sanções dos Estados Unidos: “Isso tende a afetar o setor de varejo, com a falta de alguns produtos no mercado, na China, principalmente. As sanções devem respingar também nas empresas de tecnologia, fazendo com que as vendas talvez caiam, por conta dos preços altos, isso para um cenário mais de médio a longo prazo, e afetar o resultado de algumas companhias, como o caixa e as vendas”.

“A perspectiva não é tão positiva para o mercado com um reflexo negativo, tendo em vista que começamos a retomar agora os mercados e a produção de semicondutores, principalmente no setor de carros que foi muito afetado, após dois anos de escassez por conta da pandemia”, finaliza Carvalho. 

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