A dias de ir à justiça responder pelo processo judicial envolvendo a compra da empresa, Musk volta atrás e decide seguir com negociação.
Ontem (04) Elon Musk anunciou que irá dar continuidade ao processo de compra do Twitter, que havia começado em abril. O bilionário afirmou que a intenção é fechar a transação em US$ 54,20 por ação, ou US$ 44 bilhões.
Twitter e Musk se posicionaram pelas redes sociais. O empresário afirmou que “comprar o Twitter é um acelerador para criar o X, o aplicativo de tudo”, se referindo a nova plataforma, que Musk pretende lançar. Enquanto o Twitter apenas confirmou o recebimento da proposta e o valor intendido para a operação.
E o mercado financeiro com isso?
A notícia veio a tona ontem as véspera do fechamento do pregão em forma de um comunicado divulgado pela SEC, em que Elon Musk mostra a protocolização da proposta na CVM americana. A divulgação do comunicado na reta do final do pregão levou as reaberturas dos ativos da rede social.
O preço das ações do Twitter (TWTR34) dispararam em mais de 20%, acumulando um ganho de 22,36% no dia, custando US$ 52,05.
O valor da ação na B3, bolsa de valores brasileira também presenciou a alta, os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) subiram 21,48%, a R$ 133,62.
Mas se engana quem acha que o impacto veio apenas com o comunicado. Durante a tarde, os burburinhos já começaram a movimentar as negociações, que chegaram a ser interrompidas na Nasdaq, bolsa de Nova York, durante a tarde por conta da iminência do acontecimento. As negociações só voltaram às 16h42, com a confirmação da decisão de Musk.
E o mercado de criptomoedas também foi afetado. A Dogecoin, cripto favorita do bilionário, disparou junto com as ações da rede social.
A moeda passou de US$ 0,06050 para US$ 0,066697, apenas na tarde de ontem. Acumulando um crescimento de 5,97% em 24 horas. Hoje (5) a moeda perde força.
A volatilidade da moeda é constantemente afetada pelos tweets de Musk sobre ela. Afinal o empresário já aceita transações com a Dogecoin para pagamento de produtos e marketing em sua empresa, a Tesla (NASDAQ:TSLA) (BVMF:TSLA34).
A briga é antiga
O anúncio da compra do Twitter por Elon Musk não é novidade. O empresário já havia comentado sobre a compra em abril, levando a uma alta das ações. Porém Musk decidiu sair da negociação, o que levou a abertura de um processo judicial contra ele em julho.
Musk afirmou que não havia sido informado sobre a quantidade de contas falsas e de spam na plataforma, em contrapartida, o Twitter afirmou ter seguido o acordo e que foi Elon Musk quem descumpriu o acordo.
A briga causou uma queda nas ações da companhia, levando muitos a acreditar que Musk havia premeditado o jogo para comprar a empresa por um valor menor.
Também há especulação sobre a retomada do contrato inicial. A proposta parece interessante para alguns acionistas do Twitter, porém há quem suspeite ser apenas uma manobra judicial.
Vale lembrar que as decisões pré-julgamento foram a favor do Twitter e que Musk teria dificuldade em vencer a disputa, uma vez que provar que a rede social teria falhado com os termos do contrato seria complicado.
O futuro do Twitter
Caso a negociação vá para a frente e a compra se concretize, o bilionário já tem planos para a rede social. Ele tweetou que “Comprar o Twitter é um acelerador para a criação do X, o aplicativo de tudo”.
Seguindo os passos dos “superaplicativos” da Ásia, o empresário tem intenção de construir uma plataforma completa e multifuncional. O app mais conhecido desse ramo é o WeChat, que une Facebook, Twitter, Snapchat e PayPal em um só lugar.
Musk pretende seguir o mesmo caminho, trazendo o estilo de app para o ocidente.
Além disso, Musk também tem planos de integrar a criptomoedas ao Twitter. “Eu tenho uma ideia para um sistema de mídia social blockchain que faz pagamentos e mensagens de texto/links curtos como twitter, spam e bots. Não há garganta para sufocar, então a liberdade de expressão é garantida”.
Sabemos que o empresário tem grandes planos para a companhia, agora basta aos acionistas e usuários da plataforma esperarem os próximos passos da negociação.
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