A 11 dias das eleições o mercado dá sinais de mudança?
Em menos de duas semanas, os brasileiros vão as urnas para eleger o presidente da República, além de governadores, deputados federais e estaduais, e senadores. E o mercado financeiro não é alheio às movimentações políticas, podendo passar por movimentações de acordo com os resultados de pesquisas eleitorais e o resultado das urnas.
É comum observarmos volatilidade na bolsa de valores a qualquer sinal de mudança política, por isso, em ano de eleição a volatilidade do mercado pode aumentar e deixar os investidores e especuladores um pouco perdidos.
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O que une a política ao mercado financeiro?
Mercado financeiro e política andam lado a lado, afinal, todas as decisões políticas influenciam a economia do país e consequentemente o mercado.
Muitas vezes uma decisão política pode alterar o rumo dos juros que ditam a rentabilidade de investimentos de renda fixa, valorizar ou desvalorizar o real frente a outras moedas e até alterar a cotação de ações de determinado setor.
E é por isso que é possível notar variações na bolsa e no dólar de acordo com o resultado de pesquisas eleitorais. Por exemplo, quando os números favorecem candidatos que tem propostas com o viés pró-mercado a bolsa costuma subir e o dólar cai. Já quando os números são favoráveis a candidatos que não se alinham com o discurso do mercado, bolsa e dólar mudam a trajetória.
Mas as eleições e pesquisas eleitorais são apenas um dos fatores que podem influenciar a volatilidade do mercado, já que movimentações internacionais e setoriais também podem alterar o caminho dos indicadores.
Ibovespa nas últimas eleições
Observar o comportamento passado da bolsa pode ajudar a entender o que está vindo pela frente. As últimas eleições têm causado um padrão parecido de comportamento na bolsa no período pré e pós eleições.
Em quatro das últimas cinco eleições, o Ibovespa caiu nos meses anteriores a disputa e subiu nos meses posteriores.
Na primeira eleição de Lula, em 2002, o Ibovespa teve queda de quase 30% no semestre antes das eleições. O padrão de queda no período anterior a eleição se repetiu no segundo governo de Lula, no primeiro de Dilma e no de Bolsonaro. A única eleição que fugiu dessa queda foi o segundo mandato de Dilma, que assistiu uma alta de em média 4% na bolsa nos seis meses anteriores a eleição.
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Corrida eleitoral e mercado internacional
A corrida eleitoral esse ano não é o único motivo da volatilidade na bolsa. O mercado internacional exerce grande peso nas movimentações internas.
O analista, Alex Carvalho, afirmou que “o mercado internacional ainda preocupa com as elevadas altas nas taxas de juros nos Estados Unidos e na Europa incluindo, a inflação que se aproxima da casa dos dois dígitos. Esses fatores, somado a guerra entre Rússia e Ucrânia e a economia chinesa mostrando sinais também de desaceleração, tendem a comprometer a leitura de curto prazo para os mercados, não excluindo o Brasil.”
Outro fator que poderia causar volatilidade é a situação fiscal do Brasil, que precisará ser controlada pelo próximo governante. Mas o controle da taxa de juros pelo Banco Central, um órgão independente, e o fato de o câmbio não ter sido alterado pelos discursos dos presidenciáveis tem mantido o mercado mais estável nesse período.
As expectativas se voltam para a política econômica adotada pelo futuro presidente, como Lula e Bolsonaro, apontados como os mais favoráveis a presidência, já são conhecidos pelo mercado, a especulação do rumo que eles devem seguir é menor.
Conforme as pesquisas eleitorais são divulgadas e a proximidade das eleições vai aumentando, o mercado pode presenciar maior volatilidade no preço de algumas ações, considerando os posicionamentos de Lula e Bolsonaro, afirma Alex.
Mas o analista acredita que esse período de volatilidade terá fim nos pós eleição, com um cenário mais claro dos posicionamentos fiscais do novo presidente, beneficiando assim, o mercado como um todo.
Os setores mais afetados pela eleição
Para Nathalie Martins, economista e estrategista de Research de Varejo da CM Capital, é difícil prever a relação de cada setor com as eleições, ainda mais “diante as divergências de visão política entre os candidatos, que se eleitos podem beneficiar diferentes setores”
Já Sandro Melo, do time de economia da CM Capital acredita que setores como Industria e Agricultura estão mais sensíveis nesse período eleitoral.
“A indústria, em função da própria representatividade da FIESP, que influência na formalização de política econômicas voltadas para o setor industrial. E a agricultura, muito por conta da questão ambiental, tema amplamente discutido nos fóruns econômicos mundiais. Nos debates entre os candidatos, esses são os dois setores que tem destaque, logo podem sofrer impactos significativos.”, explicou Sandro.
E o que o investidor pode fazer?
A volatilidade da bolsa em anos eleitorais já é esperada por empresas e investidores, mas o importante é lembrar que a tendência é que esse cenário se normalize logo após a definição do próximo presidente.
Alex comenta que “O investidor que procura se proteger desse cenário mais volátil, deve ter em mente o objetivo de sua carteira de investimentos, sendo este para curto, médio ou longo prazo. Com tudo, a diversificação de ativos e setores tendem a trazer, de uma maneira geral, o balanceamento de um portifólio, podendo estes, superar os períodos turbulentos no mercado financeiro.”
Nathalie Martins ainda especifica que a preferência por empresas componentes do setor perene podem ser uma boa opção, já que “o consumo não cíclico é menos sensível as mudanças de cenário econômico.”
Uma estratégia de investimento baseada na diversificação de ativos e em dados econômicos dificilmente será afetada pela volatilidade do período eleitoral, assim como não é afetada por acontecimento pontuais em outras esferas.
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