Resumo da semana: vácuo de indicadores relevantes abre espaço para preocupações no cenário político

Resumo da semana 14 a 17/11: atenção voltada ao cenário político em uma semana de poucos indicadores
Resumo da semana 14 a 17/11: atenção voltada ao cenário político em uma semana de poucos indicadores

A semana que começou com o feriado de Proclamação da República teve poucos indicadores relevantes no mercado brasileiro, o que mais pesou foram as declarações e decisões políticas domésticas e internacionais.

O cenário internacional não foi muito diferente, mesmo com as leituras de Índices de Preço ao Consumidor e Produtor em alguns países no continente europeu, o foco foram os desdobramentos recentes da Guerra entre Rússia e Ucrânia e a COP27.

Segunda-feira

A semana começou com dados do IBC-Br, que subiu 0,05% em setembro e as previsões econômicas do relatório Focus.

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Sila, viajou para participar Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), no Egito.

Também foram divulgados PIB da Zona do Euro e Japão. Na Zona do Euro houve crescimento de 0,2% no trimestre, frente ao trimestre anterior, crescimento do PIB veio acompanhado de um amento de 0,2% em relação ao trimestre anterior, no número de emprego nos 19 países que compõem a Zona.

Já no Japão o cenário é diferente. O PIB mostrou a primeira contração em uma no, com uma contração de 0,3% no trimestre, contrariando economistas, que previam um crescimento de 0,3%.

Terça-feira de feriado no Brasil com tensão entre Rússia e Ucrânia

Mesmo sendo feriado no Brasil, ninguém conseguiu descansar. Durante a manhã, um míssil caiu em uma fazendo de grãos, no leste da Polônia, próximo à fronteira com a Ucrânia, deixando duas pessoas mortas.

A tensão da guerra fez com que as bolsas derretessem e o ataque segue em investigação, já que não foi possível definir quem havia realizado.

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Do outro lado do Pacífico, nos EUA, o Índice de Preços ao Produtor avançou 0,2% em outubro, ficando abaixo do esperado por analistas.

Quarta-feira e um cenário político complicado

O vice-presidente eleito, Geraldo Alckimin, ficou encarregado do projeto de transição de governo entre Bolsonaro e Lula e algumas das decisões governamentais para os próximos 4 anos não tem sido bem recebidas pelo mercado.

A declaração mais recente foi sobre a PEC da Transição, entregue na quarta-feira. O documento coloca os gastos necessários para bancar o Auxilio Brasil para fora do Teto de Gastos e aponta que o espaço aberto na proposta da Lei Orçamentária Anual de 2023 seja gasto para implementar medidas na área da saúde, educação e investimentos.

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Nos EUA a manhã do investidor foi marcada pelos números de Vendas do Varejo e de Produção Industrial. As Vendas do Varejo tiveram aumento de 1,3% em outubro, superando o consenso do mercado de 1% no mês.

Já a Produção Industrial pega a contramão, com recuo de 0,1% em outubro em comparação ao mês anterior. Também surpreendendo projeções, que previam uma avanço de 0,1%.

No Reino Unido, o Índice de Preço ao consumidor atingem o maior nível em 41 anos, chegando a 11,1% nos últimos 12 meses. A taxa que estava em 10,1% em setembro teve o maior salto desde 1981 e, segundo o Escritório Nacional de Estatísticas, a inflação teria subido para 13,8% se não houvesse tido intervenção governamental no preço das contas de energia doméstica.

Quinta-feira e a inflação na Zona do Euro

O dia começou por aqui com o anuncio do IGP-10, índice de inflação da FGV. O índice caiu 0,59% em novembro, deflação menor que a do mês anterior, de 1,04% ao mês. O IGP-10 calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.

Todos os núcleos do índice apontaram avanço na inflação, com a apenas o Índice de Preços ao Produtor Amplo apontando queda – menor que a do mês anterior.

Na Zona do Euro, a inflação segue em nível recorde, devido ao preço da energia. O Eurostat confirmou que em 19 países que compartilham o Euro, a inflação ao consumidor subiu 1,5% em outubro. Na base anual, a inflação bate 10,6%, sendo 4,44 pontos percentuais originários do preço da energia.

O Banco Central Europeu tem elevado a taxa de juros desde julho em uma tentativa de manter a inflação em 2% e conter o crescimento dos preços.

Sexta-feira é dia de descansar

A sexta-feira chega com poucos indicadores, a agenda brasileira está esvaziada, enquanto Reino Unido recebe dados de Vendas do Varejo.

Domingo tem Copa do Mundo

No fim de semana também tem movimento. Domingo é dia da abertura da Copa do Mundo de Futebol e o mercado pode sentir algumas mudanças nos próximos dias.

É comum que durante os jogos o volume de negociação diminua, além da emoção de torcedor tomar conta dos investidores, que podem fazer algumas escolhas no calor do momento.

Um estudo realizado pelo Banco Central europeu mostrou que durante os mundiais de 2010 e 2014, 15 bolsas de valores puderam sentir diferença.

O volume das transições caiu 48% nos dias de jogos em 2014 e como a bolsa de valores não vai fechar durante os jogos, a cada gol marcado, o volume pode cair mais 5%. No geral, as ações podem ter um retorno 20% menor no período dos jogos, afinal, enquanto a bola está rolando não tem como pensar em outra coisa.

Além disso, a felicidade ou descontentamento dos torcedores com o desempenho do país na Copa pode afetar a bolsa. Uma pesquisa do banco Goldman Sachs aponta que os mercados dos países campeões tiveram uma melhora de desempenho em quase todas as ocasiões desde 1974, com um índice médio 3,5% superior ao benchmarket global. A única exceção ocorreu em 2002, pois a recessão econômica amortizou o impacto da vitória do Brasil.

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