A penúltima semana de agosto foi marcada pela divulgação de importantes dados econômicos, como o IPCA-15, o PMI da Zona do Euro, Alemanha, Estados Unidos, o PIB da Alemanha e Estados Unidos, a Ata do Banco Central europeu, além do discurso de Jerome Powell no Jackson Hole.
Bastante coisa para acompanhar, não é mesmo investidor?! Mas, calma, não precisa se preocupar se você deixou passar algo, separamos tudo o que movimentou o mercado no resumo da semana para você ficar muito bem-informado. Confira!
Resumo da semana: o mercado na palma da sua mão
Segunda-feira
Brasil
A segunda-feira não traz dados mega importantes. Às 8h, houve a divulgação do Boletim Focus, que indicou deflação no IPCA/22 de 7,02% para 6,82%, enquanto em 20233 a deflação do indicador foi de 5,38% para 5,33%. Já a projeção para o PIB de 2022 apresentou avanço de 2% para 2,02%, enquanto em 2023 o indicador tem recuo de 0,41% para 0,39%. No período da tarde, tivemos a divulgação da Balança comercial semanal do Brasil (15h), que registrou superávit comercial de U$ 358,1 milhões na terceira semana de agosto.
Japão
Saiu também o PMI Industrial do Japão. Sinalizando contração da atividade, o PMI de serviços cedeu de 50,3 em julho para 49,2 em agosto, o PMI industrial recuou de 49,7 para 48,3 e o PMI composto caiu de 50,2 para 48,9 na leitura preliminar deste mês, ou seja, o país caminha para uma recessão.
Terça-feira
O dia já começou com a divulgação da prévia do PMI de agosto da Zona do Euro, Reino Unido, França, Alemanha e Estados Unidos.
Zona do Euro
PMI composto da Zona do Euro caiu de 49,9 para 49,2, atingindo o menor nível em 18 meses e permanecendo abaixo da barreira de 50 que sinaliza contração da atividade. O PMI industrial da Zona do Euro recuou 49,8 para 49,7, tocando o menor patamar em 26 meses. já o PMI de serviços do bloco diminuiu de 51,2 em julho para 50,2 em agosto.
Já a confiança do consumidor na Zona do Euro avançou 2,1 pontos em agosto, após atingir seu nível mais baixo registrado em julho. O indicador alcançou -24,9 pontos no mês, e a confiança do consumidor permanece abaixo de sua mínima histórica no início da pandemia de Covid-19 no continente, em 2020.
Alemanha
O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da Alemanha, que engloba os setores industrial e de serviços, caiu de 48,1 em julho para 47,6 em agosto, atingindo o menor nível em 26 meses e permanecendo abaixo da barreira de 50 que sinaliza contração da atividade, segundo dados preliminares divulgados hoje pela S&P global.
O PMI de serviços alemão recuou de 49,7 para 48,2 em no mesmo período, tocando o menor patamar em 18 meses. Por outro lado, o PMI industrial alemão surpreendeu, ao avançar de 49,3 em julho para 49,8 em agosto.
Rússia corta envio de gás para Europa
Falando em Europa, a russa Gazprom irá suspender o fornecimento para a Europa por três dias, a partir do próximo dia 31. O mercado recebeu a notícia como mais uma ameaça de que a Rússia feche completamente a oferta, em retaliação ao ocidente.
Como resultado, o preço do gás europeu voltou a disparar e atingiu 295 por megawatt hora (MWH) nesta segunda-feira, aproximando-se de máximos históricos alcançados nos primeiros dias da invasão da ucrânia pela Rússia.
O BC alemão disse que os cortes nos fornecimento de gás da Rússia à Europa podem fazer com que a inflação ao consumidor na Alemanha chegue a 10%, enquanto um cenário de recessão se torna cada vez mais provável.
Reino Unido
O PMI composto do reino unido, caiu de 52,1 para 50,9, atingindo o menor nível em 18 meses. Apesar da queda, a leitura acima de 50 indica que a atividade econômica britânica continua se expandindo neste mês.
O PMI de serviços do reino unido recuou de 52,6 para 52,5, tocando igualmente o menor patamar em 18 meses. Já o PMI industrial britânico diminuiu de 52,1 em julho para 46 em agosto, no menor nível em 27 meses e indicando contração na manufatura.
França
O PMI composto prévio da França ficou em 49,8 pontos. o dado aponta para um recuo da atividade econômica no mês de agosto, o primeiro desde fevereiro de 2021.
O recuo mais expressivo foi visto no setor industrial (terceiro resultado consecutivo em que o dado fica abaixo dos 50 pontos), ao passo que o setor de serviços aponta para uma desaceleração significativa no mês, embora ainda mostre crescimento marginal.
Estados Unidos
O PMI composto dos estados unidos recuou de 47,7 a 45, na preliminar de agosto, na mínima em 27 meses. já o PMI da indústria do país recuou de 52,2 em julho a 51,3 na prévia de agosto, mínima em 25 meses. O PMI de serviços dos EUA, por sua vez, teve baixa de 47,3 em julho a 44,1.
Brasil
O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) reduziu o ritmo de deflação a 0,95% na terceira quadrissemana de agosto, após -1,28% na segunda leitura. A informação foi divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Quer receber conteúdos sobre economia e mercado financeiro? Se inscreve no nosso canal do YouTube.
Quarta-feira
Brasil
No âmbito nacional, o principal indicador da agenda do investidor é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de agosto, que é considerado uma prévia oficial da inflação do mês e será divulgado na quarta-feira (9h) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O índice caiu em 0,73% em agosto, após alta de 0,13% em julho, informou nesta quarta-feira o instituto brasileiro de geografia e estatística (IBGE). Em agosto de 2021, o IPCA-15 subiu 0,89%. Foi a menor taxa da série histórica, iniciada em novembro de 1991. No ano, o indicador acumula alta de 5,02% e, em 12 meses, de 9,60%.
O grupo que ajudou na deflação do mês foi o de transportes, que registrou queda de 5,24% e contribuiu com -1,15 ponto porcentual no índice. Apesar da queda, alguns produtos seguem pesando no bolso do consumidor. A maioria deles continua sendo do grupo de alimentos e bebidas, que registrou a maior alta no período (1,12%) e contribuiu com 0,24 pontos percentuais do índice.
O que dizem os economistas da CM:
Apesar de positiva no conjunto da obra, a deflação observada neste mês ainda não significa uma mudança na trajetória dos preços do país, sendo na verdade o reflexo da combinação de medidas legislativas de caráter passageiro com efeitos positivos obtidos por questões sazonais.
Para os próximos períodos, é importante acompanhar como a reversão destes movimentos, bem como os efeitos das políticas fiscais expansionistas implementadas recentemente, que certamente trarão contribuições negativas em termos de combate à inflação, se combinarão no conjunto da economia, com o saldo deste processo sendo o responsável pelo direcionamento do comportamento da inflação futura.
Mudando de assunto: as vendas de bens duráveis no Brasil encerraram o segundo trimestre 9,13% abaixo do nível registrado em fevereiro de 2020, antes da pandemia, segundo os dados desagregados do Monitor do PIB da FGV. A elevação dos juros, a pressão inflacionária e os altos patamares de endividamento e inadimplência das famílias estão entre os fatores que explicam a queda no setor.
Estados Unidos
Os pedidos de bens duráveis ficam estáveis em julho. O valor foi de US$ 273,5 bilhões, segundo dados do Departamento do Comércio. Os dados de junho foram revisados para US$ 273,5 bilhões, crescimento de 2,2% em relação ao mês anterior.
Quinta-feira
Alemanha
O dia começou com os investidores digerindo os dados referentes ao PIB do 2º trimestre da Alemanha. A economia alemã cresceu modestamente no segundo trimestre, superando as expectativas de estagnação em meio à alta inflação e incertezas decorrentes da invasão da Ucrânia pela Rússia.
O PIB cresceu 1,7% no ano no segundo trimestre com ajuste de calendário e preços, acima da previsão de 1,4% dos economistas consultados e da primeira estimativa. na comparação trimestral, o PIB cresceu 0,1% no 2tri22 ante o 1tri22.
Já o índice de sentimento das empresas da Alemanha caiu marginalmente entre julho e agosto, de 88,7 a 88,5 pontos. o chamado subíndice de expectativas econômicas do IFO recuou de 80,4 para 80,3 pontos no mesmo período. já o subíndice de condições atuais diminuiu de 97,7 para 97,5 pontos.
Estados Unidos
Saiu também a prévia da segunda leitura do PIB da maior potência econômica mundial que caiu 0,6% a ritmo anualizado no segundo trimestre. O resultado ficou acima das projeções do mercado de queda de 0,5% e já aponta para uma recessão técnica no país. Os dados revisados vieram melhor que os divulgados em julho, quando a queda para o período era de 0,9%. No primeiro trimestre, o PIB americano caiu 1,6%.
O número de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA teve leve queda de 2 mil na semana encerrada em 20 de agosto, a 243 mil. O total de pedidos da semana interior foi revisada para baixo, de 250 para 243 mil. já o número de pedidos continuados teve baixa de 19 mil na semana encerrada em 19 de agosto, a 1,415 milhão. esse indicador é divulgado com uma semana de atraso.
Também foram divulgados dados referentes ao nível de preços e renda referentes ao segundo trimestre. O mais importante deles, o índice de preços dos gastos com consumo pessoal (PCE), utilizado como deflator do PIB, fechou o segundo trimestre em 7,1%.
Já o núcleo do PCE fechou o período em 4,4%. A renda disponível dos agentes apresentou queda de 0,6% em termos reais, enquanto a taxa de poupança como proporção da renda teve crescimento de 5,1% nos meses entre abril e junho.
Brasil
No cenário doméstico, a confiança do consumidor subiu 4,1 pontos em agosto ante julho, para 83,6 pontos, de acordo com a FGV.
Jackson Hole
Por fim, também na quinta-feira começou o Simpósio de Jackson Hole, evento anual que reúne dirigentes de Bancos Centrais, acadêmicos e economistas de todo o mundo. O encontro acontece desde 1978 e este ano traz como tema a seguinte pauta: “Reavaliando as restrições à economia e à política”.
Sexta-feira
O fim da semana não será menos agitado, pelo contrário, tende a ser um dos dias mais importantes na agenda do investidor. Para abrir o dia, sai o índice de preços ao produtor de julho (PPI) do Brasil (9h).
Às 9h30 sai o índice de preços de consumo pessoal (PCE) referente ao mês de julho nos Estados Unidos, indicador que o Fed olha muito quando o assunto é política monetária. Atualmente esse dado acumula alta de 6,8% em 12 meses, bem acima da meta de inflação nos Estados Unidos, que é de 2%.
Coincidentemente, no mesmo dia em que sai um dado importante de inflação para o Banco Central norte-americano, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell fará uma apresentação no Jackson Hole e seu discurso tem potencial para mudar o humor do mercado. A fala do chefão dos Fed boys, prevista para as 11h no horário local, virá depois de um conjunto forte de dados do mercado de trabalho, mas também de uma inflação que estagnou no mês de julho, conforme mostrou o mais recente índice de preços ao produtor (CPI, na sigla em inglês).
Ainda no mesmo horário, sai a confiança o Índice de Expectativa de Consumidor Michigan mede o nível de confiança dos consumidores na atividade econômica. É um indicador importante, pois pode prever os gastos do consumidor, que é uma parte importante da atividade econômica total.
Gostou desse conteúdo e quer receber outros parecidos? É muito fácil, basta abrir uma conta na CM Capital para receber nossas comunicações.