Apesar de ser um dos assuntos mais comentado do momento, a ideia sobre “Metaverso” não é novidade. A obra “Snow Crash”, lançada em 1992, pelo escritor americano Neal Stephenson, sincroniza a realidade e ficção através de um jogo, onde um entregador de pizza na vida real é um samurai no universo virtual, denominado “Metaverso”.
Até então, o metaverso era dominado apenas pelo mundo dos games. Jogos que permitem seus jogadores socializarem e recriarem vidas paralelas, como Second Life, Minecraft, Fortnite e Roblox são exemplos de utilização dessa tecnologia. Entretanto, neste ano, Mark Zuckerberg, o CEO do Facebook, mudou o nome da empresa para Meta Plataforms e deu a largada “oficial” para a corrida da construção do metaverso, despertando a curiosidade daqueles que não haviam olhado com atenção para o assunto.
Apesar da notoriedade trazida pela “Meta” gigantes do mercado de tecnologia já tinham projetos em desenvolvimento para aproximar cada vez mais o mundo real do mundo virtual. Amazon, Microsoft, Nvidia, Epic Games, entre outras, já investem significativamente para o desenvolvimento dessa revolução tecnológica. A Disney, também apresenta projetos para a construção de uma extensão dos seus produtos, plataformas e serviços, que possibilite vivenciar as mesmas experiências da sua estrutura física de qualquer lugar do mundo no ambiente virtual.
Empresas do setor de vestuário de luxo também visam oportunidades para esse novo mundo. Nike, Adidas, Louis Vuitton, Rolex, Vans e Ralph Lauren são algumas das visionárias que pretendem vender roupas e produtos de luxo no metaverso, sendo negociados através de NFTs e Criptoativos.
NFTS E CRIPTOATIVOS
A monetização virtual desde o seu surgimento sempre foi motivo de grandes debates. As NFTs, ou, Tokens não fungíveis, já ultrapassam um volume de negociação de 13,2 bilhões de dólares apenas no mundo da arte, trazendo novas opções para colecionadores e entusiastas.
A princípio, a base monetária do universo virtual, chamada de Blockchain, é a tecnologia desenvolvida exatamente para tornar os registros de dados imutáveis, tornando o controle central desses ativos quase impossível. Ou seja, ela serve como um livro que fez o registro de transações de moeda virtual, de forma que esse registro seja confiável e permanente. Assim, as informações registradas são: tipos de moeda transacionada, quantidade de moeda, destinatário, remetente, local que a transação foi feita, o dia que que foi feita e em que parte do livro está registrada.
Os ETFs, Exchange-Traded Funds, são fundos negociados em bolsa de valores que nos possibilita acessar o mercado de criptoativos dentro mercado financeiro regulado.
A tabela abaixo, apresenta os ETFs de criptomoedas que são negociados na B3:
HASH11: Acompanha o índice estrangeiro NCI (Nasdaq Crypto Index). Busca refletir globalmente o movimento do mercado de criptoativos como um todo.
BITH11: Acompanha o índice NQBTC (Nasdaq Bitcoin Reference Price). Investe primordialmente em Bitcoin, sendo o primeiro ETF do segmento que busca neutralizar as emissões de carbono na mineração do Bitcoin.
QETH11: Acompanha o índice CME CF Ether Reference Rate. Investe primordialmente em Ethereum
QBTC11: Acompanha o índice CME CF Bitcoin Reference Rate. Investe primordialmente em Bitcoin.
ETHE11: Acompanha o índice ETHER HASH CI. Investe primordialmente em Ethereum.
O gráfico abaixo, contém o desempenho dos ETFs de criptoativos comentados acima:
No portal de cliente você encontra uma opção de Fundo de Investimento Multimercado para investimento em Bitcoin.
Menu esquerdo > “Investir” > “Fundos de Investimento” > “campo de filtro” escreva: Bitcoin
Através do Fundo de Investimento Multimercado do BTG Pactual, com apenas R$ 1,00, você consegue participar do mercado de Bitcoin.
CENÁRIO MACRO E EXPECTATIVAS PARA O SETOR DE TECNOLOGIA
No estudo “Mercado Brasileiro de Software – Panorama e Tendências 2021”, elaborado pela ABES, com dados da IDC (International Data Corporation), que é principal fornecedora mundial de inteligência do mercado de tecnologia, mostra que essa indústria no Brasil cresceu 22,9% no ano de 2020, e investiu aproximadamente R$ 200,3 bilhões de reais, considerando os mercados de Software, Serviços, Hardware e as exportações do segmento.
Além disso, o Brasil mantém a liderança no mercado latino-americano, com 44% de participação, conquistando a décima posição em 2019 no ranking mundial de TI e nona posição em 2020. A expectativa da IDC para o crescimento do Brasil nesse setor no ano de 2021 é de 7%.
Na última medição da PMS (Pesquisa mensal de serviços), referente ao mês de outubro, o grupo de serviços de tecnologia de informação e comunicação (TIC) apresentou crescimento de 5,8% MoM e 8,0% no acumulado anual. Vale destacar, que os grupos de serviços em tecnologia registram crescimento acima de 95% no acumulado desde 2012.
Outra variável interessante de se observar é o mercado de trabalho, que foi um dos grandes destaques de contratações ao longo de 2020 e 2021, reflexo eminente da busca das empresas por inovação e eficiência, além da necessidade de adaptação devido a pandemia do Covid-19. De acordo com a BRASSCOM (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), foram registrados 123.544 novos empregos no setor até setembro do ano corrente, sendo que a projeção até final de 2021 era 55.693 novas vagas. Por fim, o estudo “Demanda de Talentos em TIC e Estratégia (∑)TCEM”, estima-se que até 2025 serão demandados 797 mil profissionais da área.
O SETOR DE TECNOLOGIA
De acordo com a ABES (Associação Brasileira das Empresas de Software), a expectativa de crescimento mundial para o setor de tecnologia divulgado no início desse ano, era de 4,3% para 2021, quase o dobro em comparação com o ano de 2020, em que o setor cresceu 2,5%. Vale destacar, que a aderência do trabalho remoto em decorrência da pandemia beneficiou o setor em geral.
Os países que mais investiram em tecnologia no último ano foram: Estados Unidos, China, Japão, Reino Unido, Alemanha, França e o Brasil (7º lugar). Assim, para demostrar o tamanho desse setor, listamos abaixo as maiores empresas de tecnologia por valor de mercado.
Referente a demanda mundial por segmento nas áreas de tecnologia, podemos destacar por ordem decrescente: Serviços e Telecomunicação, Setor Financeiro, Indústria, Vendas e Setor Público.
No mercado internacional, os Estados Unidos lidera o segmento de Software e Serviços, com 47,1% de marketshare. Na sequência, Japão possui 6,2%, Reino Unido 6,0%, Alemanha 5,0% e China em quinto lugar com 4,0%.
O setor de tecnologia se destacada pelo alto crescimento das suas companhias. Abaixo elencamos um gráfico com os retornos acumulados das principais empresas americanas de tecnologia:
COMO INVESTIR NO SETOR DE TECNOLOGIA?
Obviamente, retorno passado não é garantia de retorno futuro. Essa valorização expressiva apenas corrobora com a importância de considerar investimentos em ações para o horizonte de longo prazo.
Um bom instrumento que permite exposição a essas empresas internacionais, são as BDRs (Brazilian Depositary Receipt). Resumidamente, as BDRs são um certificado de depósito emitido e negociado aqui no ambiente de bolsa brasileira, que representam ações de empresas listadas no exterior. Através dos BDRs, você consegue se expor ao mercado internacional sem precisar abrir uma conta no exterior ou ter uma quantidade elevada de capital.
Deixamos aqui uma imagem com uma lista dos BDRs de empresas de tecnologia disponíveis na B3:
Além dos BDRs, assim como as criptomoedas, os ETFs também são bons instrumentos de exposição nesse setor. Conforme citado acima, os ETF são fundos negociados em bolsa de valores, com alto nível de diversificação, em que o investidor consegue se expor a subsetores diversos de tecnologia e nas principais empresas em um único “pacote”.
Abaixo listamos os principais de ETFs de tecnologias listados na B3:
TECB11: Composto por aproximadamente 24 ativos, sendo eles empresas brasileiras e BDRs. Atualmente, as três maiores posições são em Mercado Livre (MELI34), PagSeguro (PAGS34) e Stone (STOC31).
NASD11: Composto pelas 100 maiores empresas de tecnologia listadas na bolsa de tecnologia americana, a Nasdaq.
TECK11: Investe nas grandes empresas de tecnologia, conhecidas como “FAANG” (Facebook, Amazon, Apple, Netflix e Google).
USTK11: Acompanha o ETF estrangeiro VGT (Vanguard Information Technology), composto por mais de 350 empresas americanas, e tenta aproveitar o crescimento de diferentes subsetores da tecnologia, desde empresas de pequeno porte a megacorporações.
HTEK11: Composto por 50 ações de empresas de tecnologia posicionadas para se beneficiar dos temas relacionados a medicina, neurociência e bioinformática. Busca replicar o índice Morningstar US Exponential Technologies Healthcare.
CONCLUSÃO
O Metaverso é uma ideia que define bem a intensão de grandes empresas em participarem da criação de um mundo cada vez mais tecnológico. Por isso, sabemos que será necessário o desenvolvimento de muita tecnologia, como a implementação do 5G, por exemplo, que já é uma realidade.
O tempo necessário para o aperfeiçoamento dos insumos que compõe essa evolução, ainda não é previsível. Mas o fato é, que as empresas citadas nesse artigo não eram factíveis no início de suas operações e elaboração de ideias, e, até mesmo consideradas devaneios de seus criadores. Entretanto, os projetos dessas empresas foram consolidados e os investidores que entraram para esse mercado obtiveram lucros extraordinários. Até hoje!
Portanto, a avaliação do setor demostra otimismo para os próximos anos com oportunidade tanto para os investidores, que gostariam de uma fatia do resultado, quanto para os profissionais da área, que serão beneficiados com a possível continuidade de crescimento desse mercado.