A CM Capital foi premiada pelo Banco Central entre as instituições com o melhor desempenho no ranking Top 5 da pesquisa Focus em 2023, realizada pela autoridade monetária.
Em evento na regional da autarquia na capital paulista na terça-feira (9), com a participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, os economistas da CM Capital, Carla Argenta e Matheus Pizzani, representaram a corretora, que recebeu a premiação pelo primeiro lugar na projeção para o câmbio médio prazo anual 2023 (Matheus Pizzani).
A CM Capital também conquistou a terceira colocação na projeção para IPCA longo prazo anual 2023 (Carla Argenta).
Para Carla, o prêmio é o reconhecimento do trabalho de todo o ano e faz da CM Capital referência em análise macroeconômica no Brasil.
“Nosso objeto de trabalho é extremamente dinâmico e permeado por diversos fatores que possuem componentes sociológicos, políticos e econômicos propriamente ditos. Estar entre as cinco casas que melhor souberam identificar a capacidade de impacto que cada uma dessas frentes exerceu sobre as variáveis macroeconômicas é muito gratificante e nos motiva a seguir com energia renovada para consolidarmos nossa posição de referência”, ressalta a economista-chefe da CM Capital.
Matheus avalia que as projeções são de grande relevância, por serem um dos principais instrumentos disponíveis para materializar a multiplicidade de fatores e traduzir as opiniões dos economistas por meio de dados que alcançam públicos distintos.
“Muitas vezes, uma projeção é vista erroneamente como um fim em si mesma, sendo, na verdade, um meio para construirmos, enquanto economistas, nossas reflexões acerca de um determinado objeto, tarefa que envolve também a teoria econômica, a compreensão da conjuntura em que vivemos e os processos e estruturas inseridos neste ambiente”, destaca o economista.
Em discurso de abertura da premiação, Campos Neto afirmou que o monitoramento sistemático das expectativas de mercado é de grande relevância para o Banco Central e suas decisões de política monetária.
“A ancoragem das expectativas em torno das metas previstas pode levar a um processo desinflacionário mais benigno, através do seu efeito no canal de expectativas. Além da importância para o processo decisório do Banco Central, as expectativas econômicas são úteis para que empresas e cidadão possam planejar suas ações de curto, médio e longo prazos”, disse o presidente do Banco Central.
Destaque em projeções em 2023
Ao longo de 2023, a equipe de economia da CM Capital, liderada por Carla Argenta, também se destacou em outros rankings Top 5 da pesquisa Focus do Banco Central. Confira:
Top 5 – Categoria IPCA – curto prazo (ranking mensal)
1º lugar em maio de 2023
3º lugar em junho de 2023
3º lugar em outubro de 2023
Top 5 – Categoria IPCA – médio prazo (ranking trimestral)
4º lugar no segundo trimestre de 2023
Top 5 – Categoria Câmbio – médio prazo (ranking trimestral)
1º lugar no terceiro trimestre de 2023
3º lugar no segundo trimestre de 2023
Top 5 – Categoria Selic – curto prazo (ranking mensal)
1º lugar nos meses de março, abril, maio, junho e dezembro de 2023
Cenário e projeções
Além da premiação, a cerimônia contou com mesas de debates sobre o cenário internacional, sobre o cenário doméstico e sobre inflação e política monetária.
Como um dos participantes da discussão sobre o cenário internacional, Matheus destacou em sua fala atenção com a dívida pública das economias avançadas.
Segundo o economista da CM Capital, a trajetória da dívida está atrelada a alguns movimentos já mais perceptíveis, como o aumento dos gastos públicos, e outros ainda não tão perceptíveis, como o aumento do custo de carregamento das dívidas soberanas.
No primeiro caso, o aumento de gastos pode ser sumarizado em quatro grandes grupos: gastos relacionados à regionalização das cadeias produtivas; gastos relacionados à mudança da matriz energética; gastos com a indústria militar e gastos relacionados ao pagamento de pensões/aposentadorias, reflexo das mudanças demográficas e envelhecimento da população.
Já em relação ao custo de carregamento da dívida, seu crescimento está relacionado com a perspectiva do mercado de que os juros futuros serão mais elevados, aumentando o prêmio de risco cobrado no momento de rolagem da dívida destes países.
Na avaliação do economista, este conjunto de vetores tende a afetar a dinâmica fiscal global, e a questão é saber a natureza desse endividamento e se ele vai ser sustentável ou não ao longo do tempo.
“Olhar para a política fiscal e olhar para a necessidade de reformas no campo fiscal no médio e longo prazo é uma discussão da qual a gente não vai poder fugir. E se, invariavelmente, isso vai ser feito lá fora, em algum momento, vai chegar aqui também no campo doméstico. Pensar no fiscal no longo prazo vai ser um tema central em política econômica, pensando em prazos mais longo”, apontou o economista da CM Capital.
Ranking e projeções
As projeções do Boletim Focus são feitas, principalmente, por instituições que atuam no mercado financeiro – bancos, gestoras de recursos e consultorias, que possuem equipes especializadas que projetam as principais variáveis macroeconômicas.
São premiadas pelo Banco Central as instituições cujas projeções mais se aproximaram dos resultados ocorridos para cada um dos indicadores para os quais o ranking é calculado: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), taxa de câmbio, taxa Selic, PIB total e taxa de desocupação.
Os rankings Top 5 de curto prazo são divulgados pelo Banco Central mensalmente. Já os de médio prazo são divulgados trimestralmente.
No caso do ranking de curto prazo, a precisão das projeções é avaliada com defasagem de cerca de um mês em relação à publicação do indicador analisado nos últimos três meses. Já no de médio prazo, é considerada a precisão média das projeções para um trimestre nos três meses do trimestre anterior.
Os rankings anuais de curto e médio prazos, por sua vez, consideram a média da performance das instituições nos respectivos rankings, mensais e trimestrais.
Já os rankings de longo prazo (ano corrente e ano seguinte) são divulgados no primeiro trimestre de cada ano e consideram a precisão das projeções informadas em cada um dos 12 meses do ano para o indicador anual do mesmo ano, publicado no ano subsequente, ou do ano subsequente, publicado no segundo ano à frente.