Diante de cenários de crise e a preocupação com o orçamento, torna-se essencial a reavaliação do planejamento financeiro pessoal para não ter dificuldades. Desse modo, com os impactos da pandemia de COVID-19, que trouxe medidas de isolamento social e a suspensão de algumas atividades, é fundamental saber como se organizar para superar os desafios que surgem nesse cenário.
Uma pesquisa divulgada em maio de 2020 demonstrou que o Indicador Antecedente Composto da Economia Brasileira (Iace), que mensura as condições econômicas, identificou uma variação negativa de 14,2% acumulada nos últimos 6 meses. Assim, é importante conhecer algumas práticas para melhorar o controle do orçamento.
Pensando nisso, preparamos uma lista com 7 dicas de planejamento financeiro pessoal para ajudar a superar as dificuldades em tempos de crise. Acompanhe!
1. Planeje seus gastos mensalmente
Conquistar a independência financeira pode parecer um objetivo distante durante a crise, mas um bom planejamento é capaz de mudar esse cenário e proporcionar uma vida mais tranquila, sem tantas preocupações com o orçamento pessoal.
Para isso, é essencial fazer uma previsão das despesas mensais, considerando os gastos fixos e variáveis, para determinar qual será o valor necessário para quitar todas as obrigações. Essa prática ajudará na tomada de decisão antes de fazer novas compras ou investimentos: avaliando a previsão de gastos, você pode verificar se é possível assumir mais responsabilidades ou se é preciso aguardar.
O ideal é que você ajuste as despesas por categorias, limitando uma porcentagem do seu rendimento total para cada uma. Existem várias formas de fazer isso, como o método 50-30-20. Nele, você divide os gastos em três categorias, da seguinte forma:
- 50% da renda para necessidades básicas, como aluguel, conta de água, energia, alimentação etc.;
- 30% para itens flexíveis, que podem ser cortados para economizar;
- 20% para as metas financeiras, como ter uma reserva de emergência, quitar dívidas, planejar a aposentadoria ou fazer investimentos.
2. Mapeie fontes de renda
Mapear as fontes de renda significa anotar todos os ganhos familiares, fixos ou variáveis, considerando todas as origens. O objetivo é compreender qual o rendimento mensal médio para que o planejamento financeiro pessoal seja mais efetivo. Nesse ponto, devem ser listados todos os ganhos, por exemplo:
- salário fixo;
- adicionais recebidos, como horas extras;
- rendimentos obtidos em investimentos;
- recebimento de pensão;
- benefícios previdenciários;
- pró-labore;
- pagamentos por prestação de serviços;
- lucros em revenda de produtos.
3. Registre as entradas e saídas
Além de organizar os gastos e mapear as fontes de renda para auxiliar no planejamento financeiro pessoal, é importante fazer um registro com todas as entradas e saídas de dinheiro. Vale a pena utilizar planilhas ou aplicativos para segmentar os gastos e anotar as movimentações realizadas.
Essa prática permitirá avaliar se o planejamento foi cumprido, comparar a evolução mensal e analisar os resultados para determinar se é preciso fazer melhorias no orçamento. Com os registros, você terá uma visão ampla sobre a situação financeira, a fim de identificar as necessidades e elaborar estratégias.
4. Tenha cuidado com o crédito
As compras com crédito são alternativas frequentes para facilitar a aquisição de itens de maior valor, facilitando o pagamento ao dividi-lo em prestações menores. No entanto, é preciso redobrar a atenção para que isso não resulte no endividamento.
Em tempos de crise, avalie com calma a real necessidade de adquirir determinado produto ou serviço, evitando fazer as compras por impulso. Caso seja realmente importante, mas não tenha condições de quitar à vista, analise as diferentes opções do mercado para encontrar o melhor custo-benefício.
Ao optar pela compra no crédito, verifique o valor das parcelas e inclua no planejamento de gastos, para ter certeza de que isso não atrapalhará a previsão dos próximos meses. Lembre-se de que o atraso na quitação do cartão de crédito ou de empréstimos gera o pagamento de multa e juros elevados.
5. Reserve o dinheiro antes de gastar
Esta dica de planejamento financeiro pessoal complementa a anterior: sempre que possível, tente economizar dinheiro para as compras antes de gastar, pois isso evita que você tenha que recorrer aos parcelamentos. Ademais, o pagamento à vista pode trazer condições mais vantajosas.
Como as compras no cartão geram taxas para os vendedores e contam com prazos para que eles recebam ou exigem o pagamento de mais tarifas para antecipar, é bastante comum que eles estejam dispostos a negociar descontos maiores nesses casos.
Em contrapartida, você economiza e evita a inclusão de mais parcelas no seu orçamento. Outra vantagem é que o período necessário para economizar o valor exigido para a compra também servirá para refletir se vale a pena gastar.
6. Faça investimentos
Um erro comum é acreditar que não se deve investir em tempos de crise. Apesar dos impactos no mercado, esse momento proporciona diversas oportunidades para diversificar a carteira e aumentar o potencial de rendimento.
As ações, por exemplo, já são conhecidas por serem uma ótima opção de investimento. Aqui, a crise traz uma queda no valor de diversos ativos que podem trazer altos retornos no futuro. Já a renda fixa ajuda a manter os rendimentos acima da inflação e melhor do que a poupança. As principais opções são:
- Tesouro direto
- Letra de Crédito Imobiliário (LCI)
- Letra de Crédito Agropecuário (LCA);
- fundos de investimento;
- fundos imobiliários.
Assim, quem conta com valores disponíveis para investir deve procurar aplicações que estejam alinhadas ao perfil de investidor e que tenham um bom potencial de rendimento, mesmo com a crise. Para isso, você pode contar com o suporte de uma corretora de valores para encontrar as melhores oportunidades.
7. Mude hábitos para adequar seu padrão de vida
Uma consequência comum da crise no planejamento financeiro pessoal é a exigência de rever gastos e adequar o padrão de vida às novas condições. Mesmo que você tenha uma reserva que permita passar por esse momento sem grandes impactos, o ideal é tentar fazer o mínimo de movimentações para proporcionar mais segurança para a família a longo prazo.
Reavalie os gastos e os hábitos para ver em que situações é possível economizar. Reduzir o número de refeições fora de casa, as atividades de lazer pagas e a compra de itens supérfluos são algumas práticas que podem ajudar. Para ter sucesso com essa medida, converse com toda a família para que eles entendam a importância de economizar e colaborem com a diminuição de despesas.
Aplicar essas dicas de planejamento financeiro pessoal ajudará a lidar com os tempos de crise, reduzir os impactos no orçamento e, até mesmo, encontrar as melhores oportunidades de investimento.
Quer aprender mais dicas para manter o seu orçamento? Então confira nosso post sobre como organizar as finanças para casais!