Hoje acontece a reunião do Comitê de Política Monetária para decidir o rumo da Selic, taxa de juros “mãe” da economia brasileira, nos próximos 45 dias.
Saber o que é Copom deve fazer parte dos conhecimentos de quem pretende entrar no mundo dos investimentos. Afinal, essa taxa é responsável por balizar os rendimentos de diversos títulos do mercado financeiro, como Tesouro Selic, CDBs e outros.
Mas, antes de entender o que é a Selic e como ela afeta a sua vida e os seus investimentos, primeiro, você precisa saber o que é o esse comitê e qual o seu papel.
O que é Copom?
Criado em 1966, é formado por membros do Banco Central (Bacen), que se reúnem a cada 45 dias. A principal função desse grupo é analisar a política monetária brasileira, como o índice de inflação. Dessa maneira, ele pode alinhá-la com a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
A partir da análise, o comitê pode:
anunciar ajustes na Selic, a taxa básica de juros do Brasil;
criar e implementar novas diretrizes da política monetária do país;
analisar e divulgar o relatório trimestral de inflação.
Conforme mencionado, as decisões do órgão interferem no bolso dos brasileiros, seja nos investimentos ou nas compras. Isso ocorre quando os membros acompanham apresentações do Bacen que mostram o andamento da economia nacional e mundial.
Assim como o Brasil, outros países também contam com seus comitês para controlar o índice de inflação e outras questões econômicas. É o caso dos Estados Unidos, que serviu de inspiração para o Copom: o FOMC.
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Como o Selic impacta nos investimentos?
Você já reparou que o comitê tem o objetivo de definir políticas monetárias. Além disso, ele também divulga o relatório de inflação e a taxa básica de juros. Tudo isso afeta o bolso dos brasileiros, inclusive o de investidores. Confira os efeitos nos investimentos de renda fixa e renda variável!
Renda fixa
Diversas aplicações financeiras de renda fixa estão direta ou indiretamente atreladas à taxa Selic. Isso é válido para títulos públicos ou privados. Diante disso, conforme mencionado, a elevação da taxa básica de juros pode favorecer a rentabilidade. Porém, se ela sofrer quedas, os efeitos serão opostos. Por isso, é indispensável ficar de olho na Selic.
Enquanto isso, aplicações prefixadas, cujas taxas de juros são definidas no momento da contratação, podem sofrer alterações. Tudo isso varia conforme o andamento da Selic. Além disso, também é válido acompanhar o índice de inflação, que costuma ser associado à taxa básica de juros. Afinal, esse número afeta os rendimentos atrelados ao Índice de Preço do Consumidor (IPCA).
Renda variável
A queda ou elevação da Selic também influencia na renda variável, que tende a ser mais atrativa quando essa taxa está em queda. Isso é explicado pelo poder de compra da população que eleva a produção de empresas.
Então, as corporações se tornam mais lucrativas, o que pode favorecer o investimento nelas, como em bolsa de valores, por exemplo. Outro ponto positivo é que a redução da Selic favorece a negociação de dívidas empresariais. Logo, os acionistas também podem ser beneficiados nessa situação.
De todo modo, tanto a renda variável quanto a fixa apresentam riscos. Embora na primeira aplicação os riscos sejam maiores, as chances de alta rentabilidade são proporcionais. Isso tende a tornar a renda variável mais atrativa, em períodos de Selic em baixa.