Cenário Internacional
O Comitê de Política Monetária (FOMC na sigla em inglês) do FED deu início ao tão aguardado processo de queda de juros nos Estados Unidos na segunda metade do mês de setembro. Os membros do comitê julgaram que os ganhos alcançados no front inflacionário por conta da política de juros apertada implementada ao longo dos últimos anos, embora insuficientes para que seja declarada a retomada do controle de preços por completo no país, criaram espaço suficiente para o início do processo. O possível enfraquecimento demasiado da economia também foi apontado como fator importante para esta tomada de decisão, com o FED almejando evitar uma recessão desnecessária.
Na Zona do Euro, o Banco Central Europeu (BCE) também deu sequência ao ciclo de distensão monetária iniciado na metade do ano, com uma nova redução de 25 bps em seu nível de juros. Ao contrário da realidade observada nos Estados Unidos, a economia do euro segue enfrentando o dilema entre a necessidade de alcançar a meta de longo prazo de inflação da instituição, que é de 2%, e a retomada do seu nível de atividade de maneira mais intensa, dado que o nível de demanda agregada da região atualmente segue em patamar historicamente baixo.
Cenário Doméstico
Ao contrário do que foi observado no cenário externo, o mês de setembro foi marcado pelo início de um novo ciclo de elevação da taxa de juros doméstica, com o Copom optando por reajustar em 50 pontos-base a Selic. A justificativa para este movimento se encontra na trajetória recente das expectativas de inflação de médio prazo dos agentes financeiros, que segue desancorada em relação à meta de 3% estabelecida pela instituição para o primeiro trimestre de 2026, assim como o comportamento recente do hiato do produto, indicador que mensura a diferença entre o PIB potencial e efetivo do país, que segue apontando para uma economia significativamente aquecida, com potencial inflacionário que pretende ser afastado pelo Banco Central através da intensificação de sua política contracionista.
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