Desde a eleição do atual presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, o mercado parece não descansar. Mesmo em épocas de agenda vazia, o cenário político faz o brasileiro se sentir em uma trama de TV. Essa semana une fortes movimentos políticos e indicadores importantes para o mercado brasileiro, por isso, não dá pra tirar o olho das notícias nem por um minuto.
A semana começou com uma tensão sobre a reação do mercado às invasões criminosas de terroristas nas sedes dos 3 poderes em Brasília durante a tarde de domingo. Os atos, organizados pelas redes sociais, reuniram milhares de apoiadores do ex-presidente, Jair Bolsonaro, que depredaram o patrimônio público.
Um mercado que tem se abalado por qualquer declaração que vá minimante na contra mão de seus interesses, se mostrou tenso no inicio das negociações, mas não tão abalado frente a ameaça à democracia dos ataques de ontem.
O impacto aconteceu, claro, com o Ibovespa futuro abrindo em queda de 1% e o dólar comercial subindo cerca de 1%, além do avanço na curva de juros futuros. Entretanto, o que mais pesou foi a resposta dos investidores estrangeiros, que já veem recuando desde outubro com a instabilidade do cenário político pós-eleitoral. Movimento que foi intensificado frente aos atos antidemocráticos que questionam a legitimidade das eleições
A repercussão no mercado foi de curto prazo e, caso o governo de Lula consiga mostrar em suas medidas que o ato foi isolado e que será contido, é possível que o mercado volte seu foco a agenda de indicadores macro da semana, que também é bastante movimentada nacional e internacionalmente.
Segunda-feira complicada
Além de toda a repercussão dos atos de terrorismo do domingo em Brasília, durante a manhã os investidores também receberam os dados do IPC-S semanal, Boletim Focus e Balança comercial semanal.
O dado de inflação IPC-S mede quadrissemanalmente a variação do custo de vida para famílias com renda entre 1 e 33 salários-mínimos e subiu 0,46% essa semana, acumulando 4,26% nos últimos 12 meses.
As projeções de IPCA e Selic do Boletim Focus se mantiveram iguais as da última semana, com alta para as expectativas para 2023 para ambas. Já as projeções para o PIB caíram tanto para 2022, quanto para 2023.
IPCA
- IPCA para 2022: 5,62% (o mesmo da última semana)
- IPCA para 2023: 5,36% (maior que os 5,31% da semana anterior)
Selic
- Selic para 2023: 12,25% (o mesmo da última semana)
- Selic para 2024: 9,25% (maior que os 9,00% da semana anterior)
PIB
- PIB para 2022: 3,03% (menor que os 3,04% da semana anterior)
- PIB para 2023: 0,78% (menor que os 0,80% da semana anterior)
Do outro lado do globo, Japão recebe os dados de CPI, às 20h30.
Terça-feira de inflação
O IPCA é divulgado na manhã de terça, a expectativa é mais uma alta do indicador, que deve fechar 2022 acima da meta estipulada. A projeção é de 0,4% de dezembro. Caso concretizada, o acumulado em 12 meses deve recuar para 5,6%. A leitura será a mais baixa desde fevereiro, mas ainda sim, muito acima da meta de 3,50%, determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Ainda na terça-feira, os investidores acompanham os dados de Produção Industrial da França e Espanha e o discurso de Jerome Powell, presidente do FED.
Quarta-feira com agenda vazia
O IBGE divulga os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) de novembro, conhecidos como Vendas no Varejo, que deverão refletir o desempenho das vendas na Black Friday.
Quinta-feira o foco é nos EUA
Os norte-americanos recebem os dados de IPC e Balanço Orçamentário Federal. O IPC é o Índice de Preços ao Consumidor, medidor da inflação do país. Os EUA passam por um momento de alta da inflação, com um acumulado de 7,1% nos últimos 12 meses.
Aqui no Brasil, o IBGE divulga os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) referentes a novembro.
Sexta-feira movimentada
O Brasil amanhece com os dados do Banco Central, que divulga o IBC-Br de novembro, considerado uma prévia do PIB.
No mercado internacional, o Reino Unido recebe o PIB e a balança comercial. Ainda na Europa, França e Espanha digerem os dados de inflação ao consumidor, medido pelo CPI.
Zona do Euro divulga números de Produção Industrial e Balança Comercial.
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