Em uma semana cheia de indicadores e muita movimentação política, pode ter sido difícil acompanhar tudo, então vem ver o resumo que a gente preparou para você.
Muitos PMIs divulgados na Europa, enquanto no Brasil, o foco ficou no cenário político e na viagem de Lula a Argentina.
No domingo, Lula viajou para a Argentina para discussão de uma pauta que incomodou o mercado, a criação de uma moeda virtual comum para as transações financeiras e comerciais. O incomodo só foi reforçado, uma vez que o mercado ainda manifesta desconforto com as críticas ao Banco Central e o debate da mudança de metas da inflação.
Segunda-feira e nova moeda latino-americana
Mesmo com o Boletim Focus e o IPC-s, o foco da segunda-feira foi a viagem de Lula. Mas vamos primeiro falar do cenário econômico.
O Índice de Preços ao Consumidor – semanal (IPC-s) acelerou em 0,62% essa semana. O índice divulgado pela Fundação Getúlio Vargas acumula alta de 4,42% em 12 meses.
O Boletim Focus apresentou nova alta nas projeções para inflação de 2023 e 2024. Os analistas do mercado financeiro mantiveram a tendência de alta em suas projeções para a inflação para este ano, a estimativa de inflação tem subido há seis semanas seguidas.
Já no cenário político, Lula e Alberto Fernández, presidente da Argentina, anunciaram estudos para criar ‘moeda sul-americana comum’: a ‘sur’. A moeda seria de uso comercial e financeiro.
O texto assinado pelos chefes de estado foi publicado no domingo, 22, no diário argentino. Segundo o documento: “pretendemos quebrar as barreiras em nossas trocas, simplificar e modernizar as regras e incentivar o uso de moedas locais. Também decidimos avançar nas discussões sobre uma moeda sul-americana comum que possa ser usada tanto para fluxos financeiros quanto comerciais, reduzindo custos operacionais e nossa vulnerabilidade externa”.
Assista mais sobre o assunto: Lula assina para criação de nova moeda.
Agora no cenário internacional a agenda foi esvaziada. O feriado de Ano Novo lunar fechou os mercados da China.
Terça-feira, o aumento no preço da gasolina e PMIs
Outra vez o cenário político e corporativo rouba o foco da agenda doméstica. Enquanto o investidor brasileiro recebeu o IPC-Fipe e o IPCA-15, a agenda macroeconômica internacional não parou.
A prévia da inflação, divulgada pelo IPCA-15 ficou em 0,55% MoM, um pouco acima da mediana das expectativas de mercado e significativamente acima das metas de inflação fixadas para 2023 (4,75%).
O presidente Lula anunciou em Buenos Aires que o BNDES prestará ajuda à empresas brasileiras em projetos de engenharia no exterior, em mais uma declaração que desagrada o mercado.
Coube ao ministro Fernando Haddad suavizar o discurso do presidente. Sobre a moeda comum entre brasil e Argentina, Haddad disse que não há qualquer projeto de adotar uma moeda única entre os dois países. O ministro falou que o governo respeita a independência do BC e afirmou que, apesar do aperto, a inflação está convergindo para a meta.
No cenário corporativo, a Petrobrás anunciou que, a partir de quarta-feira (25), o preço médio de venda de gasolina para as distribuidoras passará de R$ 3,08 para R$ 3,31 por litro. A alta corresponde 7,5%.
O cenário macroeconômico de terça-feira foi definitivamente marcado pelos PMIs divulgados. Os índices de Gerentes de Compras da Alemanha, França, Reino Unido, Zona do Euro e EUA foram divulgados.
- Na Alemanha, o PMI do setor industrial apresentou queda, saindo de 47,1 para 47 pontos, ficando abaixo da expectativa de mercado, que previa uma expansão para 47,9 pontos.
- Na Zona do euro a prévia do PMI composto apontou retomada do terreno de crescimento, ficando em 50,2 pontos após ter registrado 49,3 pontos em dezembro.
- Já no Reino unido o PMI composto ficou em 47,8, abaixo da expectativa de mercado de 49,3 pontos. De modo geral, a economia do reino unido mostra forte desaceleração.
- O PMI composto dos EUA subiu de 45,0 em dezembro para 46,6 em janeiro, atingindo o maior patamar em três meses. Os últimos PMIs têm mostrado uma reação às fracas condições de demanda provocadas pela alta dos juros.
Quarta-feira e a Americanas devendo todo mundo
No Reino Unido, o Índice de Preços ao Produtor (PPI) registrou deflação de 0,8% em dezembro, resultado abaixo da expectativa de mercado, que previa uma expansão de 0,3%, bem como o dado do mês anterior, quando o indicador teve crescimento de 1%. Em 12 meses, o PPI desacelerou de 17,5% para 14,7%.
Já no cenário doméstico, a Americanas divulgou a lista de credores, que continha quase 8 mil nomes.
Em sequência à recuperação judicial, a varejista ajuizou petição na 4ª vara empresarial da capital informando que seu passivo total sujeito ao processo alcança o valor de R$ 41,23 bilhões. Bancos, empresas de tecnologia e até chocolate aparecem na lista de credores.
Quinta-feira e o PIB dos EUA
Na quinta-feira estava marcada a primeira reunião do Conselho Monetário Nacional para tratar da meta de inflação no Brasil, mas o Governo Federal adiou o encontro para 16 de fevereiro.
Também foi dia do IPC-Fipe, índice de inflação semanal, que ficou em 0,69% MoM na terceira quadrissemana de janeiro.
Ainda no cenário doméstico, o Brasil registrou déficit em transações correntes de 55,668 bilhões de dólares em 2022, o equivalente a 2,92% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados do Banco Central.
O rombo de 2,92% do PIB em 2022 foi maior do que o déficit de 2,81% registrado em 2021. O dado do ano passado é o pior desde 2019, quando ficou negativo em 3,63% do PIB.
No cenário internacional, o PIB dos EUa foi o foco do dia. o Produto Interno Bruto dos EUA cresceu a uma taxa anual de 2,9% no 4º trimestre de 2022. A expectativa do consenso Refinitiv era de que o percentual no 4° trimestre ficasse em 2,6%.
De acordo com a agência, a alta do PIB refletiu elevações no investimento em estoques privados, gastos do consumidor, gastos do governo federal e dos governos estaduais e investimento fixo não residencial.
No Japão teve divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI). O índice de inflação de Tóquio, um dos principais indicadores das tendências nacionais, subiu 4,3% em janeiro em relação ao ano passado. Janeiro foi o oitavo mês seguido que a inflação ao consumidor ficou acima da meta do BOJ. Resultado pressiona Banco do Japão a cortar estímulos.
Sexta-feira
Os investidores brasileiros tem agenda econômica esvaziada, mas o cenário político nunca se acalma.
O presidente Lula, afirmou na abertura do encontro com governadores, que o Governo Federal quer participar da realização de obras prioritárias nos estados e que os bancos públicos, especialmente o BNDES, deverão participar ativamente das ações. Lula prometeu que “o BNDES voltará a ser um banco de desenvolvimento”.
Para lula, os recursos do banco precisam ser “repartidos” em investimentos para pequenas, médias e grandes empresas, além de obras públicas consideradas prioritárias por governadores e prefeitos.
No cenário internacional, o Índice de Preços e Gastos com Consumo (PCE) dos EUA subiu 0,3% em dezembro na comparação mensal e 4,4% na anual. O resultado veio dentro do esperado.
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