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Petróleo: a principal matriz energética da economia mundial

Com o advento da segunda revolução industrial, o Petróleo se tornou a principal matriz energética da economia mundial.

A produção de petróleo acaba por ter impacto em toda a cadeia produtiva, passando por produtores, até chegar aos consumidores, podendo gerar aumento dos custos de produção e, consequentemente, alta nos preços.

Portanto, o petróleo se tornou uma das principais commodities da economia global, com o seu preço sendo acompanhado de perto por investidores.

Há vários tipos de petróleo na economia, oriundos de diferentes países, entretanto convencionou-se tomar como referência dois deles, o Brent e o WTI.

O primeiro, produzido na Europa e negociado na bolsa de Londres, o segundo produzido nos Estados Unidos e negociado na bolsa de Nova York. Ambos costumam ter o preço positivamente correlacionado, com o Brent sendo, geralmente, um pouco mais caro que o WTI.

No Brasil, o preço de referência adotado pela Petrobras é o do Brent, assim, a política da Estatal é ajustar os preços domésticos com base nos preços internacionais. Dessa forma, variações no preço do Brent acabam por influenciar diretamente a nossa economia.

O Impacto da Pandemia no Preço do Petróleo

As medidas para combater a disseminação da Covid 19, como o isolamento social, que resultou na diminuição da circulação das pessoas na rua, o fechamento de fronteiras entre países, diminuição das viagens, pessoas trabalhando remotamente, entre outros fatores, tiveram forte impacto na demanda por petróleo.

Consequentemente, o preço do barril sofreu quedas significativas no início de 2020 e apresentou, inclusive, o fenômeno de preço negativo. No entanto, com a descoberta da vacina e o avanço da imunização nos principais países do mundo, houve a retomada da atividade econômica.

Isso se refletiu no preço do barril, que já no segundo semestre de 2020 voltou a subir, alcançando patamares maiores do que no período pré-pandemia.

O otimismo se manteve também em 2021, com os preços da principal matriz energética da economia mundial mantendo o crescimento do ano anterior. Um fato que evidencia isso é a notícia, divulgada em 2021, do aumento da produção de petróleo pela OPEP+, grupo dos maiores produtores de Petróleo e a Rússia.

FONTE: ICE – ELABORAÇÃO: CM Capital

O Mercado de Petróleo em 2021

Com o surgimento de algumas variantes da COVID, em especial a variante Delta, as expectativas de mercado mudaram. O fato de serem mais transmissíveis preocupa as autoridades, o maior temor é o da necessidade de um novo lockdown.

Ainda não se sabe sobre a eficácia das vacinas contra todas as variantes, o que agrava ainda mais o clima de incertezas. Tudo isso fez com que o mercado revisasse sua percepção otimista quanto a retomada da demanda de petróleo, atentando-se para a forma como a ciência irá combater as novas variantes. 

Logo, o preço futuro do barril caiu nos últimos três meses. Além da preocupação com a variante, há também o efeito cambial sobre o importador .

Com o fortalecimento do dólar frente às demais moedas, o produto encarece, o que desestimula a demanda e, consequentemente, a importação. Apesar do indicador de saldo de estoque de petróleo bruto dos Estados Unidos (WTI) estar negativo em 2021, indicando que a demanda no país está alta, ainda assim, no momento, predomina a cautela.

Espera-se notícias positivas, caso os países que estão enfrentando as variantes tenham sucesso para conter o ritmo de transmissão, a tendência é que o preço do barril de petróleo torne a subir.

Fonte: ICE – ELBARAÇÃO: CM Capital

O Cenário Doméstico        

No cenário doméstico, o fator cambial dificulta que vejamos esse movimento adentrar a nossa economia.

O preço do barril, assim como a maioria das commodities, é negociado em dólar. Portanto, torna-se sensível as variações no câmbio. Isso posto, além de acompanharmos de perto os preços internacionais, tanto do BRENT, como do WTI, é necessário se atentar-se também ao Dólar.

De acordo com último relatório FOCUS, a expectativa de mercado para o Dólar até o fim desse ano está em R$/US$ 5,15. Ou seja, de acordo com a mediana do mercado, espera-se uma queda do dólar até o final de 2021.

Por um lado, caso isso se confirme, os preços domésticos dos derivados do petróleo, como a gasolina e a diesel, sofreriam uma pressão deflacionária. Por outro lado, em caso de o preço internacional do barril voltar a subir, a tendência é de que o consumidor doméstico sofra o impacto com a alta dos preços.

Sob supervisão de Carla Argenta

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