Quando nos referimos a investimentos, estamos pensando em algo que trará um retorno em um momento futuro, seja ele em curto, médio ou longo prazo. Existem especificidades até mesmo nesse investimento com retorno posterior: o chamado mercado futuro (BM&F) é, muitas vezes, usado para melhorar os rendimentos.
Em função do interesse das pessoas em relação à bolsa de valores e às ações, criamos este artigo para explicar como se comporta o mercado futuro (BM&F), quais tipos de contrato são negociados nele, entre outras questões. Continue a leitura e confira, a seguir!
O que é mercado futuro (BM&F)?
Podemos definir o mercado futuro como uma evolução do chamado mercado a termo. Nesse caso, os investidores se comprometem com a compra ou a venda de um ativo por determinado preço estipulado para liquidação futura. No futuro, os compromissos são ajustados diariamente, enquanto, no termo, o investidor só precisa desembolsar o dinheiro no vencimento do contrato.
Isso significa que você pode comprar ou vender determinado ativo no futuro por um preço prefixado. A soja, o milho, o boi, o café, o ouro, o dólar, o petróleo… Tudo isso é negociado no mercado futuro. Vale ressaltar, ainda, que podem ser negociados contratos cheios ou minicontratos, que são frações de um contrato cheio, permitindo aos pequenos investidores se aventurarem nesse meio.
Existem algumas características que os diferenciam, como:
- padronização acentuada;
- liquidez elevada;
- transparência na negociação mediante o pregão;
- encerramento de posição a qualquer momento, visto que há mudanças diárias nos valores negociados;
- uso de margem depositada como garantia e do ajuste do dia a dia, a fim de evitar a soma de perdas.
Conheça a finalidade do mercado do futuro
O mercado futuro nasce com a perspectiva de reduzir a incerteza sobre o desempenho de determinado ativo. Ao definir valores prefixados de compra e venda, garantimos um resultado financeiro dentro do planejado.
Um exemplo disso é o contrato de dólar. Quanto mais distante no tempo, mais imprevisível é o preço da moeda estrangeira, e os investidores podem estar motivados em assegurar o valor atual ou próximo dele em negociação futura.
A partir daí, também surgiram oportunidades de investimento, baseando-se nas previsões sobre o desempenho de um ativo. No exemplo, poderíamos buscar um preço de compra ou venda do dólar, tendo uma expectativa de queda ou crescimento da moeda, e não para minimizar riscos.
Como funciona a BM&F?
A BM&F é a sigla para Bolsa de Mercadorias & Futuros. O objetivo maior dela é fazer o registro e a negociação de operações financeiras. Nesse mercado, é negociado de tudo, levando em consideração sempre a agilidade e a transparência. Para isso, todas as ações são fiscalizadas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
As mercadorias negociadas são separadas por símbolos, e a sua compra/venda acontece tal como um leilão. Normalmente, o processo é determinado no horário comercial, e a ideia é chegar a um valor compatível, que é o preço de mercado.
Para poder negociar, é importante que o investidor tenha o intermédio de uma corretora, pois ela vai disponibilizar a plataforma online para que a ação seja executada, sendo uma ponte entre você e a bolsa.
Além da transparência informacional, as negociações são feitas de maneira rápida. A partir disso, você poderá adquirir um contrato futuro que tem um lote mínimo e um preço combinado antecipadamente.
Vantagens e desvantagens
O mercado futuro pode gerar diversos benefícios, embora também tenhamos que ficar atentos aos riscos para evitar erros de investimento.
Diversificação
A primeira vantagem é a diversificação. Os contratos permitem investir tanto para aumentar o potencial de ganho da carteira como para realizar a proteção patrimonial. Assim, você pode modificar facilmente as características da sua estratégia..
Imagine, por exemplo, que você tem uma carteira conservadora e concentrada em poucos ativos. Uma alternativa é incluir uma parcela de contratos futuros, usando a alavancagem para aumentar o potencial de ganho e assumir mais riscos.
Alavancagem
A alavancagem em si é uma excelente vantagem. Com esse mecanismo, você investe a margem de garantia, sendo remunerado com base no valor do ativo. Se você adquire um minicontrato por R$ 10 mil, por exemplo, e ganha 1%, o retorno seria de R$ 100. Com o pagamento da margem de garantia em R$ 1.000, os mesmos R$ 100 seriam retornados, mas com um investimento 10 vezes menor.
Liquidez
Uma terceira característica é a facilidade com que os ativos são negociados na bolsa de valores. Com isso, não apenas você tem a segurança de converter o contrato em dinheiro rapidamente, como reduz o custo das operações, afinal, não terá que aceitar ofertas inferiores ao patamar de mercado pela necessidade de vender.
Alta movimentação financeira
Como desvantagem, temos a quantidade de dinheiro movimentada. O lote mínimo de contratos de dólar cheio, por exemplo, é de 5 contratos de R$ 50 mil cada. Logo, 1% na cotação equivale a uma mudança de R$ 2,5 mil.
Uma novidade interessante são os minicontratos de índice (WIN) e dólar (WDO). No primeiro, o valor mínimo da ordem de compra é de R$ 0,20 por ponto do Ibovespa, enquanto o segundo é de R$ 10 mil. Além disso, existe o mecanismo da margem de garantia, que torna o investimento mais acessível.
Garantias
O mercado futuro exige o depósito de valores como garantia de que você consegue arcar com o resultado das operações. Assim, diante de um prejuízo, a operação pode não continuar, diferentemente do mercado à vista.
Se você tem um prejuízo de 1% no valor de uma ação, você pode simplesmente esperar a valorização no dia seguinte. No contrato futuro, haverá o ajuste diário, e o prejuízo será debitado da sua conta de investimento. Logo, se a margem de garantia se esgotar, não será possível prosseguir.
Risco
O investimento no mercado futuro, portanto, envolve mais riscos, principalmente pela alavancagem. Entre as diferentes margens de garantia possíveis, você precisa encontrar a proporção entre risco e potencial de ganho mais aderente ao seu perfil de investidor.
Como esses contratos são negociados?
Como já destacamos, existe uma série de produtos que estão inseridos no mercado futuro, portanto, cada um deles terá a sua especificidade e, consequentemente, será negociado de uma forma. Confira!
Commodities
No caso das commodities, a divisão acontece em três partes: café-arábica, boi gordo e milho. No caso do boi gordo, por exemplo, o lote mínimo é de um contrato, o que representa cerca de 330 arrobas (4.950 kg).
Suponhamos que a arroba esteja valendo R$ 160: o total do contrato seria de R$ 52,8 mil. Com uma margem de garantia a 4%, seriam necessários R$ 2.112 para investir. A mesma coisa acontece com o milho e o café, com a diferença de que eles serão cotados em sacas.
Moeda
Outro ativo negociado na BM&F é a moeda, sendo o dólar o principal representante da categoria. Muitos investidores são atraídos, pois esse tipo de investimento permite ganhar dinheiro com a moeda de uma das maiores economias do planeta: os Estados Unidos.
Quando se trata do contrato de dólar, existem dois tipos, sendo eles o dólar cheio e o minidólar. O contrato futuro do dólar cheio é vendido a US$ 50 mil, e o investidor precisa adquirir o lote mínimo, composto por 5 contratos. No minidólar, a cotação vale US$ 10 mil, sendo que o lote padrão tem um contrato.
S&P 500
A S&P 500 é a abreviação de Standard & Poor’s 500, um índice que tem a composição formada por 500 ações cotadas nas bolsas de valores de NYSE ou NASDAQ. Ele é uma junção das 500 maiores empresas do mundo, como Nike e Coca-Cola.
Como se trata de um índice ponderado do valor de mercado, o peso de cada ativo é proporcional ao preço de mercado. O lote padronizado é composto por um contrato, e cada ponto é correspondente a US$ 50.
Ibovespa
Outro ativo negociado no mercado futuro é o Índice Bovespa (Ibovespa). O acordo para compra e venda dos ativos é de 100% da pontuação do principal índice de referência no mercado de ações brasileiro. O valor do contrato varia conforme o momento da negociação, mas a efetuação do pagamento acontecerá apenas na data de vencimento.
Os vencimentos acontecem na quarta-feira mais próxima do dia 15 de cada mês par do ano, sendo a cotação estabelecida pela moeda brasileira. O lote padrão desse tipo de ativo é composto por cinco contratos.
Quanto custa e como comprar contratos?
Os contratos disponíveis para a maioria dos investidores podem ser acessados por meio da corretora de valores. Como visto, existem diversas opções, e você precisa avaliar quais delas fazem mais sentido para sua estratégia de investimento.
Atualmente, os contratos de minidólar (WDO) e mini-índice (WIN) são bastante acessíveis. Aqui na CM Capital, esses investimentos podem ser realizados com margem reduzida de R$ 25 por contrato, aderindo à RLP. Além disso, você abre a conta e controla seus investimentos online com taxa zero de corretagem.
Como investir na BM&F?
As negociações de todos esses ativos devem acontecer na bolsa de valores, como já mencionado. É preciso seguir alguns procedimentos, como os investimentos em ações, que são intermediados pela corretora de valores. Confira, a seguir, o passo a passo para agregar confiabilidade ao processo!
Abra uma conta em uma corretora
O primeiro passo para começar a investir no mercado futuro é abrir uma conta em uma corretora ou banco. De fato, a conta bancária será necessária, porque o dinheiro a ser investido deverá ser enviado dela para a corretora por meio de uma transferência, sendo preciso que ambas as contas estejam sob o mesmo CPF, trazendo mais segurança para a transação.
Faça a transferência do dinheiro
É uma dica básica, mas essencial. Para isso, após ter o cadastro aprovado na corretora, é preciso pegar os dados bancários dela. Assim, você deverá fazer um DOC ou TED com a quantia a ser investida.
Escolha os investimentos
Para poder investir no mercado futuro, você precisa escolher em qual tipo de contrato investirá. Para facilitar o processo, é possível inserir apenas o código do ativo de interesse. Vale lembrar que o prazo também define o recebimento do ativo, portanto, o mês precisa ser escolhido de acordo com a letra de referência correspondente, sendo que o ano considera apenas os últimos dois dígitos.
Acompanhe o desempenho do investimento
Quando o tipo de contrato e o vencimento são determinados, já é possível começar a investir. Vale lembrar que, a partir do momento em que é feito o investimento, é preciso continuar acompanhando a evolução de cotações, a fim de agir no momento certo e alcançar bons resultados em termos de lucratividade.
Lembramos, ainda, que há custos envolvidos no processo, como a taxa de corretagem, que pode ser fixa ou variável, e a taxa de custódia, que é um valor pago para que o dinheiro seja guardado. Isso sem contar o Imposto de Renda. Até determinado valor, você estará isento de tal tributo; depois, a alíquota varia conforme o montante aumenta.
Investir gera riscos, certo? Então, algumas questões precisarão ser avaliadas, como os riscos ligados à alavancagem, ao mercado, ao ajuste diário e à margem. Se você não tem experiência na área, o ideal é começar com um valor baixo e aumentar conforme o seu conhecimento amplia. Nesse ínterim, é importante contar com uma ajuda especializada para alcançar o seu objetivo, seja ele independência financeira, seja qualquer outro.
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