Uma sondagem feita pelo Bank of America (BofA) referente ao mês de agosto, divulgada na última terça (16), mostrou que gestores de fundos da América Latina estão mais preocupados com planos para a política fiscal brasileira após as eleições.
Além disto, um número maior deles acredita que o mercado financeiro reaja aos resultados das pesquisas de intenção de votos até as eleições, em 2 de outubro (1º turno) e 30 de outubro (2º turno).
De acordo com um dos maiores bancos norte-americanos, cerca de 75% dos gestores que participaram da pesquisa, afirmaram esperar que haja certa repercussão nos ativos financeiros dos números das pesquisas eleitorais. No relatório feito em julho, esse número representava 70% dos respondentes.
Além disto, mais de 60% dos gestores de fundos da América Latina se disseram preocupados com as políticas fiscais pós-eleição, ante menos de 40% na edição anterior da sondagem. Por outro lado, a porcentagem dos que se disseram preocupados com a situação fiscal corrente caiu de mais de 40% para próximo de 20%.
O Bank of America também perguntou aos participantes se eles estão preocupados com as eleições no Brasil, mais de 60% das respostas foram não, acima do número de cerca de 45% apurado em julho.
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O que está por vir
Seguindo o fluxo de leituras mais brandas de inflação no Brasil, bem como nos Estados Unidos, e a perspectiva de que o fim do ciclo de alta de juros possa estar próximo, proporcionaram uma rotação para estratégias em ativos de crescimento, com gestores na América Latina mais otimistas com o Ibovespa e vendo o dólar ainda numa faixa recente, segundo relatório do BofA.
O setor financeiro é aquele em que investidores estão mais “overweight” —ou seja, com alocações acima da média—, seguido por consumo discricionário. “No entanto, os juros mais altos dos EUA continuam sendo o maior risco de cauda, e os investidores continuam a favorecer estratégias de alta qualidade/valor”, disse o Bank of America em relatório.
No geral, os gestores de fundos na América Latina que participaram da pesquisa estão mais otimistas com o Ibovespa e isso se reflete em números. 80% dos respondentes da sondagem veem o principal índice das ações brasileiras acima dos 110 mil pontos ao fim do ano, ante 45% em julho.
China pode ser uma pedra no sapato
Dados fracos da China acabaram reacendendo temores de desaceleração na segunda maior economia do mundo. O banco central chinês cortou as principais taxas de empréstimo em uma ação inesperada para reavivar a demanda, já que dados mostraram que a economia desacelerou inesperadamente em julho, com as atividades industrial e varejista sofrendo com a política de Covid zero e uma crise imobiliária.
Em julho, a produção industrial chinesa cresceu 3,8% – um número nada trágico, é verdade, não fosse a expectativa de 4,5% do mercado. Outro indicador sobre a força da economia chinesa ficou aquém: as vendas no varejo chinês cresceram “só” 2,7% no mês, frustrando a previsão de um salto de 5%. Mais: um em cada cinco jovens chineses está desempregado, o maior nível desde que o governo chinês começou a divulgar esse dado, em 2018, segundo o Wall Street Journal.
No entanto, grande parte dos gestores acreditam que a China possa ser um vento contrário. A maioria das respostas na pesquisa do Bank of America revelaram uma certa expectativa de que os estímulos no país asiático, que recentemente apresentou dados econômicos fracos, não sejam capazes de elevar os preços das commodities.
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E o câmbio?
Do lado do câmbio, a maioria dos gestores que participaram da pesquisa do BofA esperam o dólar entre 4,81 reais e 5,40 reais ao término deste ano. A abertura dos dados mostra que mais de 45% dos pesquisados projeta dólar entre 4,81 reais e 5,10 reais, enquanto cerca de 40% veem taxa entre 5,11 reais e 5,40 reais. A aposta alternativa em um dólar mais alto –entre 5,41 reais e 5,70 reais ao fim do ano– despencou de cerca de 25% em julho para menos de 10% em agosto.
Visão econômica
Na quarta-feira (17), a moeda norte-americana apresentava forte alta, superando a marca dos R$ 5,20, com os investidores mostrando certa cautela sobre as perspectivas econômicas globais às vésperas da divulgação da ata da última reunião de política monetária do Banco Central dos Estados Unidos.
O DXY também apresentava alta no exterior no rali contra uma cesta de moedas rivais fortes, embora a valorização fosse bem mais modesta que a observada no mercado de câmbio brasileiro.
Matheus Pizzani, economista da CM Capital, disse em entrevista à Reuters, que o principal motor para o movimento internacional de fortalecimento do dólar tem sido o temor crescente de uma recessão global, que ganhou força nesta quarta-feira após dados mostrarem que o crescimento econômico da zona do euro do segundo trimestre foi revisado para baixo. No início da semana, os mercados internacionais já tinham se assustado com dados surpreendentemente fracos sobre a economia chinesa.
Além da perspectiva crescente de recessão global e de uma política monetária mais rígida nos Estados Unidos, incertezas domésticas têm reforçado um cenário de dólar mais alto, explica o economista da CM Capital.
“Um destaque é o começo da (campanha para as) eleições: isso tem um peso, não são eleições regulares, é uma eleição que vai ser bem polarizada, e a instabilidade tende a afastar capital estrangeiro do Brasil, penalizando o real frente ao dólar.”
Em função das adversidades tanto externas quanto locais, a CM Capital projeta taxa de câmbio de 5,42 reais por dólar ao final de 2022, o que configuraria valorização de 4,23% da moeda norte-americana em relação aos níveis atuais.
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Como proteger os seus investimentos em ano eleitoral?
Sabemos que ano eleitoral sempre traz certa volatilidade para os investimentos, principalmente em empresas que são estatais e que possuem boa participação do governo, como Petrobrás, e outras.
Alex Carvalho, analista CNIP da CM Capital, explica que essas ações tendem a ser mais voláteis em ano eleitoral: “Sempre acaba surgindo alguns assuntos que impactam o ativo, então isso tende a trazer um pouco mais de volatilidade para o lado positivo ou negativo”.
“Cabe ao investidor tomar as suas decisões, fazer análise corretamente de acordo com seus objetivos, portfólio e estratégia, tendo em vista o que ele busca no curto, médio e longo prazo para sua carteira de investimentos. Quando estamos falando de setores diferentes, cada empresa vai ter um cenário que vai acabar afetando mais, por isso é importante que o investidor avalie diretamente o que é mais benéfico para ele”, explica Alex.
O último grito de socorro
Para alguns investidores conciliar os afazeres da rotina, acompanhar o mercado à risca e ainda definir quais são as melhores estratégias para sua carteira é uma missão quase impossível. E se este é o seu caso, calma, não há com o que se preocupar.
Alinhando suas estratégias junto ao seu assessor de investimentos. No papel de especialista, ele irá te ajudar a entender o cenário e buscará as melhores oportunidades para você proteger seus investimentos e rentabilizar o seu patrimônio.
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