Se você investe, é provável que já tenha ouvido falar ou lido sobre a garantia FGC. Mas você sabe do que ela se trata? Muitas pessoas entendem sua relação com a proteção de alguns de seus investimentos, mas não compreendem como ela funciona de fato. Há, até mesmo, quem acredite que o Fundo Garantidor de Crédito é uma entidade governamental, o que não é verdade.
Para entender como suas finanças podem ser protegidas, caso algo não saia de acordo com o esperado, é imprescindível saber de onde vem o dinheiro da garantia FGC, como ela funciona e quais investimentos são cobertos por ela. Dessa forma, você será capaz de se aventurar ainda mais no universo das aplicações e investir com maior segurança!
Como funciona o Fundo Garantidor de Crédito?
O Fundo Garantidor de Crédito é uma entidade privada e sem fins lucrativos. Ela se mantém a partir do pagamento das obrigações de instituições financeiras, como os bancos. Sua função é, única e exclusivamente, proteger o investidor. Dessa forma, ela contribui para a estabilidade do sistema financeiro e evita que crises tomem forma.
Proteção dada
Ao investir em uma aplicação que conta com a garantia FGC (e ao respeitar o limite), o indivíduo poderá contar com o recebimento de seu dinheiro de volta (com as devidas rentabilidades) caso a emissora do investimento quebre ao passar por uma das seguintes situações:
- tenha seu estado de insolvência reconhecido pelo BC — Banco Central;
- sofra intervenção;
- seja liquidada extrajudicialmente;
- esteja impossibilitada de pagar o rendimento prometido.
Porém, há um limite para o recebimento. Ele vai até R$ 250 mil por CPF e R$ 125 mil por indivíduo em uma conta conjunta. Há, também, uma proteção global de R$ 1 milhão para todos os investimentos cobertos pela garantia FGC, renovado a cada 4 anos. Porém, ela só é válida para aplicações feitas após 2017, ano em que passou a valer.
Aplicações que excedam os valores citados não são cobertas pelo Fundo Garantidor de Crédito, ou o fazem apenas em relação ao excedente. Por esse motivo, é interessante variar os tipos de investimento com cobertura e diversificar sua carteira e os emissores.
Aplicação para CPF e CNPJ
Até o momento, falamos sobre pessoas físicas. Contudo, é importante saber que as empresas também contam com a garantia FGC. Em outras palavras, todos os pontos voltados para CPF podem ser aplicados para CNPJ. Se uma organização deseja investir R$ 300 mil, por exemplo, é importante que ela busque dividir o valor do investimento em mais de uma corretora de investimentos ou banco.
Além de contar com os benefícios da proteção do FGC, ela ainda será capaz de garantir as vantagens da diversificação de carteira, que evita que todo o lucro advindo de um único investimento seja colocado em risco. Com várias opções em mãos, há equilíbrio. A mesma coisa serve para a pessoa física.
Recebimento
Caso seja preciso contar com o Fundo Garantidor de Crédito, será necessário um pedido de recuperação extrajudicial. A instituição fará uma lista com todos os credores envolvidos e especificará detalhes, como valores e CPF ou CNPJ. Serão discriminados, também, os valores a serem recebidos. Em seguida, virá a escolha da instituição que cobrirá as perdas e efetuará o pagamento das garantias.
É importante ter em mente que, no período entre a falência da instituição e o pedido de cobertura, o dinheiro parado não rende. Finalmente, será possível sacar o dinheiro em questão na agência escolhida pela empresa devedora. O CPF ou CNPJ precisará assinar um documento que comprove o recebimento da garantia FGC.
O prazo para a realização do pagamento citado varia de acordo com a instituição. Em todo caso, é importante estar preparado para receber apenas de 30 a 45 dias após a declaração de falência. Uma vez que o saque advindo do Fundo Garantidor de Crédito não é feito de maneira imediata, a recomendação é que os investidores evitem investimentos cujo dinheiro precisa ser resgatado em curto prazo.
Cobertura
As coberturas mais comuns do FGC estão relacionadas a investimentos da renda fixa. Além de CDB, Letras Hipotecárias, LCI, LCA e RDB, também se incluem as poupanças e contas-correntes. Investimentos que várias pessoas acreditam serem cobertos, mas não o são, incluem:
- CRI e CRA;
- debêntures;
- COE;
- fundos de investimento;
- fundos imobiliários.
O motivo pelo qual alguns desses investimentos não contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito é o fato de existirem divisões do patrimônio dos fundos com os cotistas que o formam. Em outras palavras, os valores contidos em determinados investimentos atuam de maneira independente. Dessa forma, o pagamento da instituição financeira não fica nas mãos do FGC.
Quais os investimentos e entidades associadas que têm a garantia FGC?
Muitas emissoras associadas contam com a garantia FGC. Isso significa que aqueles que escolhem bancos médios e financeiras para realizar seus investimentos são capazes de contar com tranquilidade ao investir. Elas incluem:
- Caixa Econômica Federal;
- bancos múltiplos;
- sociedades de crédito;
- bancos comerciais;
- bancos de desenvolvimento;
- associações de poupança;
- bancos de investimento;
- sociedades de crédito imobiliário.
Mesmo com todas as opções citadas, é imperativo ter em mente que não existe investimento sem risco — nem mesmo a poupança. O estudo e compreensão acerca do universo dos investimentos e de seu perfil de investidor são fundamentais para que você possa tomar as decisões certas e que melhor contemplem suas necessidades.
Contar com uma boa gestão de riscos também é imprescindível para que o Fundo Garantidor de Crédito não seja sua única proteção. Isso inclui compreender qual sua tolerância às perdas, conhecer seus objetivos e metas futuras e analisar atentamente a condição de cada investimento. Contar com uma corretora de qualidade também é fundamental.
A garantia FGC permite que muitos investidores apostem no aumento de seu patrimônio com maior segurança. Porém, compreender como a entidade privada funciona em termos de prazos, pagamentos, aviso de problemas e coberturas é essencial para contar com seus benefícios e escolher aplicações que promovam tranquilidade em relação às posses.
Se você deseja unir a proteção do FGC com ferramentas para assegurar seus investimentos, não deixe de compreender como executar uma boa gestão de riscos!