Há poucos dias recebi o pedido para escrever um artigo para o Blog da CM Capital. A minha primeira reação foi sorrir concordando e, logo em seguida, mandar a pergunta mais óbvia para esses casos: “qual é o tema?” A resposta veio depressa: “o tema é livre”. Aconteceu o que eu temia (rs).
Pois bem, estou eu aqui, contando essa breve história para dizer que muitas vezes é bom escolher do que queremos falar, o que queremos contar etc. Mas é também um desafio, afinal os temas são muitos, praticamente um universo de possibilidades. Por outro lado, também é bacana quando temos um tema específico para explorar, onde é possível trabalhar de forma mais dedicada a uma única temática, aprofundando o assunto.
Por coincidência (ou não), tudo o que relatei acima pode ser aplicado ao “universo dos investimentos”, ou de forma um pouco mais delimitada, ao “mundo” dos fundos de investimento, que é o tema geral desse artigo.
Vejamos algumas coincidências, sob a ótica do investidor
- existe um mundo de estratégias de fundos de investimento no mercado;
- existe, igualmente, um mundo de gestores trabalhando essas “diversas estratégias”;
- geralmente, para a grande maioria, é um desafio escolher uma dessas estratégias para sua carteira;
- desafio ainda maior, combinar essas estratégias para compor uma carteira, que seja diversificada e adequada aos seus objetivos e perfil de risco.
Basicamente, os fundos de investimento são classificados como renda fixa, ações, cambial e multimercado. Para não me alongar demais, vou me ater em apenas duas dessas classes, ações e multimercado.
Fundos de investimento multimercado
De maneira bastante resumida, um fundo multimercado pode investir em uma range enorme de ativos, que vão desde títulos públicos emitidos pelo governo (quase risco zero) até ativos no exterior, que podem ou não ter hedge (uma proteção contra as variações cambiais), passando por títulos privados emitidos por empresas e bancos, ações etc. Ou seja, esses fundos, geralmente, possuem liberdade para traçar a melhor estratégia de investimento de acordo com o cenário projetado, com o nível de volatilidade desejada (uma medida de risco: quanto menor a volatilidade, menor o risco, mas também menor a expectativa de retornos) etc.
Esses fundos multimercado ganharam ainda mais evidência à medida que a taxa de juros básica da economia (a Selic) regrediu, desde os 14% em 2016 até chegar ao patamar atual, de 2% ao ano. Essa redução da taxa de juros, afetou bastante o rendimento de quem estava acostumado a ganhar dinheiro em aplicações de renda fixa atreladas ao DI, tidas como as mais seguras.
E o que uma coisa tem a ver com a outra? Os fundos multimercado são o primeiro passo para quem busca obter um retorno superior aos fundos referenciados DI, ou seja, para aqueles investidores que aceitam mais risco, em busca de maior expectativa de retorno, mas que não tem condições (tempo, conhecimento etc) para buscar oportunidades nos mais variados mercados.
Para atender aos vários perfis de investidores, existe uma série de subclassificações desses fundos e, dentre elas, a Fundos Multimercado Livre é uma das mais utilizadas. O gestor desse tipo de fundo tem a liberdade para escolher os ativos mais adequados à composição da carteira, visando entregar o melhor resultado para seus investidores. Essa também é a classificação do BB Asset Multimercado Multiestratégia, um multimercado com estratégia livre que pode montar posições estratégicas (médio e longo prazos) ou táticas (curto prazo) a depender do cenário macroeconômico.
Esse fundo possui uma carteira dinâmica e um bom diferencial: nesse “mundo de fundos multimercado livre”, o crédito dos resgates é pago em D+4, além da volatilidade ser, em média, mais baixa quando comparado a outras opções com a mesma classificação.
Fundos de investimento temáticos
Ok. Mas e se eu estiver buscando um pouco mais de risco que os fundos multimercado? Há o segundo passo em busca uma carteira diversificada e com maiores possibilidades de retorno. Nesse caso, também existe diversas opções e quero apresentar duas delas, abordando os fundos temáticos.
Mas o que são fundos temáticos? Como o próprio nome diz, de maneira bem resumida, são fundos que buscam ativos que se relacionam ao tema escolhido, seja algo ligado a algum setor de atividade específico da economia, ao empoderamento feminino ou algum outro critério ASG (ambiental, social e governança) ou “ESG” (na sigla em inglês – enviromental, social and governance).
O primeiro fundo que quero apresentar é o BB Asset Ações Equidade, um tema bastante relevante para o futuro da sociedade e das empresas. Esse fundo aloca em ações de empresas que são signatárias do WEPs (Women Empowerment Principles), um programa da ONU Mulheres que tem por objetivo empoderar e promover a equidade de gênero em todas as instâncias dos negócios das empresas. A estratégia alia a temática com análises qualitativas e quantitativas para a escolha do portfólio, que é composto por ações de empresas brasileiras e internacionais (com BDRs listadas na B3).
Já a segunda opção está diretamente ligada aos desafios recentes que temos enfrentado. É o BB Asset Ações US Biotech BDR Nível I, cuja estratégia é investir em ações de empresas globais, inovadoras e pertencentes aos setores de biotecnologia, farmacêutico ou setor de saúde, que demonstrem realizar elevados investimentos em pesquisa e desenvolvimento.
E, pra fechar com chave de ouro, esses três fundos possuem aplicação inicial a partir de R$ 200! Bons temas, não?
Espero ter conseguido mostrar que, com ou sem tema definido, vale a pena conhecer um pouco mais sobre fundos e investir cada vez melhor. Bons investimentos!
Escrito por Nilton Cestari Junior, CFP
Especialista em Estratégias de Investimento na BB DTVM