Cenário Internacional
No cenário internacional, o destaque do mês de outubro ficou por conta das discussões sobre o potencial de impacto das medidas de estímulo fornecidas pelo governo chinês. Na tentativa de estimular o nível de atividade do país e sanar problemas em setores específicos, como o imobiliário, o governo central da China propôs a redução de algumas linhas de juros e a alteração de regras financeiras com vistas a ampliar a liquidez no mercado de crédito na tentativa de estimular a demanda doméstica. Embora a eficácia do pacote ainda seja incerta, sua adoção foi bem recebida pelos agentes financeiros, proporcionando bons resultados para os mercados da região.
Nos Estados Unidos, a combinação entre a incerteza acerca do posicionamento do FED na próxima reunião de política monetária somada à proximidade das eleições norte-americanas, intensamente disputadas pela atual vice-presidente Kamala Harris e o ex-presidente Donald Trump, fez com que o mercado adotasse um tom mais cauteloso ao longo do mês, reduzindo o volume de liquidez global e mantendo a força do dólar no mercado de câmbio.
Cenário Doméstico
A questão fiscal foi protagonista do debate econômico ao longo do último mês. Com a proximidade do fim do ano e as chances cada vez mais remotas de cumprimento da meta estabelecida pelo arcabouço fiscal, os agentes financeiros passaram a cobrar medidas concretas de controle das despesas com vistas a dar mais sustentabilidade à regra e tornar a missão de estabilização da dívida no médio prazo crível.
A equipe econômica, liderada pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad, anunciou que está trabalhando em medidas desta natureza, que devem ser anunciadas apenas no início de novembro, cujo volume seria compatível com as necessidades atuais do país em termos de saneamento das contas públicas e atingimento das metas propostas para os próximos anos.
Neste sentido, com o cenário internacional mais adverso e maior incerteza na esfera doméstica, o dólar foi o ativo mais penalizado no decorrer do período, sofrendo nova onda de desvalorização durante o mês de outubro.