Cenário Internacional
A inflação dos Estados Unidos seguiu como principal tema na esfera internacional. Após resultados ruins do ponto de vista da política monetária nos meses iniciais do ano, o mês de junho foi marcado por dados de inflação majoritariamente positivos. O bom desempenho do indicador ajudou inclusive a amenizar o tom dos discursos de parte dos membros do comitê de política monetária do FED, que embora sigam não se comprometendo com cortes no segundo semestre, sinalizaram que a manutenção do cenário observado em junho permitirá ao menos uma redução ainda em 2024.
A condução da política monetária também foi tema central na Zona do Euro, onde o Banco Central Europeu optou por ser a primeira autoridade monetária dentre as economias avançadas do ocidente a iniciar seu ciclo de distensão monetária. Justificam este movimento as projeções mais recentes do comitê, que já apontam para a convergência da inflação ao centro da meta dentro do horizonte relevante da política monetária do BCE, bem como a firme ancoragem das expectativas dos agentes econômicos da região.
Cenário Doméstico
Após a decisão dividida da reunião de maio, as comunicações do Banco Central do Brasil acerca da condução da política monetária se tornaram, invariavelmente, o centro das atenções durante o mês de junho. Neste sentido, o Copom optou, de maneira unânime, pela interrupção do ciclo de cortes da Selic, apresentando como principal justificativa a desancoragem das expectativas de inflação de médio e longo prazo dos agentes. Além disso, outros argumentos de caráter hawkish, como a elevação da taxa de juros neutra e o fechamento do hiato do produto – diferença entre o PIB potencial e o PIB efetivo – também constaram nas comunicações da autoridade monetária brasileira, que buscou adotar um tom mais duro desta vez, causando uma revisão de alta para a Selic tanto em 2024 como nos anos subsequentes. Mesmo com a perspectiva de juros elevados por tempo prolongado, o real seguiu perdendo força frente ao dólar, sendo afetado especialmente por perspectivas mais negativas acerca da dívida pública do país, com impactos subsequentes sobre o prêmio de risco local, tornando menos atrativos no mercado global os ativos domésticos.
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