O feriado no início da semana foi só para o investidor pegar fôlego para o que o espera nos próximos dias, que prometem ser agitados. O mês já começa com as reuniões dos comitês de política monetária aqui e nos Estados Unidos.
Mesmo que, na ata da última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) tenha sinalizado que o compromisso com a responsabilidade fiscal seja crucial para qualquer alteração no remédio para a inflação, a proposta de Arcabouço Fiscal ainda tramita no Congresso e não há nada definido a ponto de interferir na decisão desta quarta (03).
IPCA desacelera para 0,71% em março: o que deve pesar para o BC? | CM Capital
Por isso, mesmo com a guerra de braço entre Lula e o presidente do Bacen, Roberto Campos, a expectativa é que a Selic seja mantida em 13,75% ao ano por, pelo menos, mais um ciclo.
Já nos Estados Unidos, mais um aperto monetário é dado como certo. A dúvida que paira é sobre o quão duro ele será (25 ou 50 pontos-base). Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (o BC norte-americano), dará a tradicional coletiva de imprensa depois do anúncio de juros, quarta-feira (03) às 15h. Todos ficarão atentos para os sinais desta fala sobre o fim do ciclo de apertos por lá.
Quinta-feira (04) será a vez da Zona do Euro conhecer as mudanças na política monetária. O Banco Central Europeu divulga sua decisão sobre taxa de juros às 9h15.
Continue a leitura e veja o que mais acompanhar nesta primeira semana de maio.
Payroll
O principal relatório de emprego norte-americano, o Payroll, será anunciado na sexta-feira (5). O mercado espera a criação de 180 mil postos de trabalho em abril, além de um aumento na taxa de desemprego para 3,6%. O anúncio promete trazer volatilidade nos mercados globais.
Crise bancária americana
Acompanhamos os desdobramentos de mais um capítulo na crise bancária americana, após a falência de mais uma instituição, o First Republic Bank. Começamos a semana a informação de que o bancão J.P. Morgan comprou a “maioria substancial” dos ativos do FRB, o que inclui cerca de US$ 173 bilhões em empréstimos e US$ 30 bilhões em títulos.
A notícia foi recebida com alívio por reduzir o risco de acirramento da crise bancária nos EUA.
Tributação no exterior
Ainda no feriado do Dia do Trabalhador, o governo anunciou a criação de um imposto de até 22,5% sobre investimentos no exterior. A medida foi incluída no mesmo texto da Medida Provisória aumenta a faixa de isenção do Imposto de Renda de Pessoas Físicas.
Na atual cotação do dólar (R$ 4,98), os investimentos no exterior a partir de R$ 1,2 mil estarão sujeitos à cobrança, que inclui empresas controladas e trusts.
Investidores fazem as contas do impacto. A MP tem força de Lei e já passa a valer a partir da publicação. Ela tem validade de três meses e, para continuar valendo, precisa ser aprovada pelo Congresso dentro desse prazo.
Balanços
A temporada de balanços chega com força em maio no Brasil. Dezenas de companhias listadas na Bolsa brasileira divulgam seus resultados do primeiro trimestre deste ano. Entre os destaques, estão Embraer (EMBR3), Gerdau (GGBR4), CSN (CSNA3), PRIO (PRIO3), Ambev (ABEV3), Bradesco (BBDC4), Braskem (BRKM5), Eletrobras (ELET3) e Via (VIIA3).
A seguir, confirma as lista completa das empresas e suas respectivas datas de divulgação:
Marcopolo | POMO4 | 2/5 | Antes da abertura |
Arezzo | ARZZ3 | 2/5 | Pós-fechamento |
Carrefour Brasil | CRFB3 | 2/5 | Pós-fechamento |
Copasa | CSMG3 | 2/5 | Pós-fechamento |
Iguatemi | IGTI11 | 2/5 | Pós-fechamento |
Intelbras | INTB3 | 2/5 | Pós-fechamento |
ISA Cteep | TRPL4 | 2/5 | Pós-fechamento |
RD (ex-Raia Drogasil) | RADL3 | 2/5 | Pós-fechamento |
Simpar | SIMH3 | 2/5 | Pós-fechamento |
Vulcabras | VULC3 | 2/5 | Pós-fechamento |
Embraer | EMBR3 | 3/5 | Antes da abertura |
Gerdau | GGBR4 | 3/5 | Antes da abertura |
Klabin | KLBN11 | 3/5 | Antes da abertura |
Metalurgica Gerdau | GOAU4 | 3/5 | Antes da abertura |
CSN | CSNA3 | 3/5 | Pós-fechamento |
CSN Mineração | CMIN3 | 3/5 | Pós-fechamento |
Dexco | DXCO3 | 3/5 | Pós-fechamento |
Energias do Brasil (EDP) | ENBR3 | 3/5 | Pós-fechamento |
Eletromidia | ELMD3 | 3/5 | Pós-fechamento |
GPA | PCAR3 | 3/5 | Pós-fechamento |
Lojas Quero-Quero | LJQQ3 | 3/5 | Pós-fechamento |
Lojas Renner | LREN3 | 3/5 | Pós-fechamento |
Neogrid | NGRD3 | 3/5 | Pós-fechamento |
PRIO (ex-PetroRio) | PRIO3 | 3/5 | Pós-fechamento |
Taesa | TAEE11 | 3/5 | Pós-fechamento |
Tegma | TGMA3 | 3/5 | Pós-fechamento |
Tenda | TEND3 | 3/5 | Pós-fechamento |
Ultrapar | UGPA3 | 3/5 | Pós-fechamento |
Ambev | ABEV3 | 4/5 | Antes da abertura |
Banco Pan | BPAN4 | 4/5 | Antes da abertura |
3Tentos | TTEN3 | 4/5 | Pós-fechamento |
AES Brasil | AESB3 | 4/5 | Pós-fechamento |
Alpargatas | ALPA4 | 4/5 | Pós-fechamento |
Assaí | ASAI3 | 4/5 | Pós-fechamento |
Auren Energia | AURE3 | 4/5 | Pós-fechamento |
Blau Farmacêutica | BLAU3 | 4/5 | Pós-fechamento |
BR Properties | BRPR3 | 4/5 | Pós-fechamento |
Bradesco | BBDC4 | 4/5 | Pós-fechamento |
Braskem | BRKM5 | 4/5 | Pós-fechamento |
CCR | CCRO3 | 4/5 | Pós-fechamento |
Cemig | CMIG4 | 4/5 | Pós-fechamento |
Eletrobras | ELET3 | 4/5 | Pós-fechamento |
Engie Brasil | EGIE3 | 4/5 | Pós-fechamento |
Fleury | FLRY3 | 4/5 | Pós-fechamento |
Grupo GPS | GGPS3 | 4/5 | Pós-fechamento |
Grupo Soma | SOMA3 | 4/5 | Pós-fechamento |
HBR Realty | HBRE3 | 4/5 | Pós-fechamento |
Oi (1T23) | OIBR3 | 4/5 | Pós-fechamento |
Portobello | PTBL3 | 4/5 | Antes da abertura |
Rumo | RAIL3 | 4/5 | Pós-fechamento |
Via | VIIA3 | 4/5 | Pós-fechamento |
GetNinjas | NINJ3 | 5/5 | Pós-fechamento |
Vivara | VIVA3 | 5/5 | Pós-fechamento |
Indicadores
Boletim Focus
A projeção de inflação para 2023 feita pelos analistas de mercado voltou a subir pela quinta semana seguida, de 6,04% para 6,05%, enquanto as estimativas para 2024, 2025 e 2026 foram mantidas, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (2) pelo Relatório Focus, do Banco Central.
IPCA
- 2023: 6,05% de 6,04%
- 2024: 4,18% (igual à última semana)
- 2025: 4,00% (o mesmo da semana anterior)
- 2026: 4,00% (permaneceu inalterado)
Selic
- 2023: 12,50% (a mesma da última semana)
- 2024: 10,0% (igual ao último relatório)
- 2025: 9,0% (permaneceu inalterado)
- 2026: 8,88% (maior que os 8,75% do último relatório)
PIB
- 2023: 1,00% (de 0,96% da semana anterior)
- 2024: 1,41% (o mesmo da última semana)
- 2025: 1,80% (maior que os 1,70% do último relatório)
- 2026: 1,80% (permaneceu inalterado)
Confira a agenda completa de indicadores desta semana (2 a 5 de maio):