Com o processo de globalização, o petróleo se tornou a principal fonte de energia da economia. Diversos produtos consumidos no dia a dia das pessoas utilizam energia fóssil na cadeia produtiva.
Dessa forma, tem-se a importância dessa commoditie para a atividade econômica. Em períodos de crescimento da economia, há um maior consumo de petróleo. Por outro lado, quando a atividade econômica entra em recessão, o consumo de energia fóssil tende a diminuir.
Como era de se esperar, os Estados Unidos, maior economia do mundo, são os principais consumidores de petróleo e a dinâmica interna da economia americana acaba por influenciar a cotação do barril no mercado mundial. O objetivo dessa análise é observar o impacto da pandemia no consumo de petróleo americano, a recuperação nos últimos anos e a perspectiva para o setor no decorrer de 2023.
O Impacto da Pandemia na Demanda por Petróleo nos Estados Unidos
Um dos principais indicadores que nos permite compreender o comportamento da demanda por petróleo na economia americana são os saldos dos estoques de petróleo, divulgados semanalmente pela Agência de Energia do país.
Quando os dados mostram queda nos níveis dos estoques, tem-se uma percepção positiva para a demanda pela commodity, já quando há uma variação positiva, o mercado entende como uma perspectiva ruim para demanda no país.
Pela análise dos dados deste indicador, é possível perceber que, com a avanço da pandemia do coronavírus, os estoques de petróleo chegaram a um dos maiores patamares dos últimos 10 anos, em função do baixo nível de atividade econômica, por conta das restrições à mobilidade.
Todavia, com a retomada da atividade econômica, os níveis dos estoques retomaram o patamar do período pré-pandemia, indicando uma normalização do consumo dos derivados da commoditie.
A Produção de Petróleo na Economia Americana
Outro importante indicador para complementar esta análise é a produção de petróleo, dado divulgado pela mesma agência. Um ponto importante de se observar é que, apesar dos efeitos da pandemia vistos nas quedas expressivas no início de 2020 e 2021, a produção de petróleo do país continuou crescendo, apesar de não alcançar o pico da série.
Ainda assim os estoques de petróleo caíram no período de referência, retornando ao patamar pré-pandemia. Ou seja, o aumento da produção serviu para fazer a manutenção dos estoques, mas não foi o bastante para aumentar nos níveis, indicando que o consumo de petróleo na economia americana, não somente se recuperou, como também segue robusto.
Mesmo com a recente trajetória altista da taxa de juros americana, com o Federal Reserve buscando controlar a inflação no país, desacelerando a atividade econômica, a demanda por petróleo continuou elevada.
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Expectativa para a Demanda ao longo de 2023
Com os últimos dados de inflação no Estados Unidos indicando que a pressão sobre o nível de preços começa a ceder, ainda que o mercado de trabalho continue apertado, os investidores já começam a precificar um possível fim do ciclo do aperto monetário.
Todavia, os membros da instituição ainda se mantém firmes nos discursos, indicando que haverá, ao menos, mais duas altas nos juros. Dessa forma, há a possibilidade de que o país entre em recessão ao longo de 2023.
Caso isso de fato ocorra, pode-se esperar que a demanda por petróleo desaqueça no decorrer do ano, em função da queda no nível de atividade econômica. Por outro lado, em um cenário em que o Federal Reserve consiga controlar a inflação, sem fazer com que a economia do país entre em retração, é esperado que a demanda pela commodity energética mantenha o patamar observado ao longo de 2022.
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